segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Trabalho de Dramaturgia - 1º capítulo, 1 página - Máfia (Monólogo Interior).

Errei bem na hora errada.

Parecia que o que eu precisava fazer era algo certo, era preciso, mas eu acabara de errar feio! Eu quero entender como eu fiz isso.

Não pensei duas vezes, corri como só eu sabia correr, bem mais rápido que todo mundo! Podiam mandar um Bugatti Veyron atrás de mim que ela não me pegava! Virei e nem olhei pra trás!

Depois de um minuto sem destino certo senti os pingos de chuva acertarem minha pela, em especial uma gota bem grande que socou meu couro cabeludo e escorreu até minhas costas, nossa, aquilo me deu uma agonia danada e me fez correr mais rápido que antes.
Comecei a ouvir passos furiosos atrás de mim, dei uma olhadela e vi alguns cães, pelo que deu pra notar, dois Pitbulls e um Rottweiler, e pelo bater das línguas em seus focinhos, estavam com muita fome! Eu também, mas acho que a última coisa que eu precisava pensar naquele momento era sobre comida! Mesmo que na minha cabeça só viesse a imagem de uma morena de quadris largos me servindo batatas fritas só de calcinha...

Acorda!

Foi exatamente por causa de uma dessas que me meti nessa confusão! Três cães malucamente famintos foram soltos por uma baixinho metido a gângster e agora estavam me caçando!

Eu não devia ter me metido com aquela garota, não mesmo!

Logo eu? Um moreno brasileiramente problemático e com ideias demais na cabeça!

Tudo bem, ela é linda, a pele branquinha, cabelos negros encaracolados até bem perto da cintura, quadris largos, um bumbum lindo – bem do jeito que eu gosto – e seios que cabem na palma de minhas mãos... É um sonho, mas me ajudou a chegar nesse maldito pesadelo em que estou agora!

Ela podia ter me contado que o irmão mais velho dela era da mafia italiana - sim, aquela que a gente vê no Poderoso Chefão, eles tem até um Vito trabalhando pra eles! - e que eles se sentiriam insultados se eu não comesse a massa que a mãe deles fazia para as visitas, mas não! Ela esqueceu de me dizer essas pequenas coisas, eu poderia ter avisado a ela que era alérgico a massas e as pessoas não se incomodariam, não me olhariam com a cara amarrada, com os olhos cerrados e, definitivamente, não puxariam pistolas e soltariam os cães em cima de mim!

Enquanto corro penso seriamente que nunca mais devo me meter com uma garota que diga algo como 'meu irmão mais velho quer conhecer você, fica brincando, dizendo que seria legal ter o cunhado trabalhando junto nos trabalhos da família' e depois dá um sorrisinho bobo...

Eu devia ter desconfiado!

Mas não! A carne – e que carne – é fraca mesmo! Devia ter ficado com aquela guria da faculdade, tão linda quanto, a grande diferença era que era mais morena, cabelos cacheados e quadris menores! E aparentava gostar de mim... e tenho certeza que não tinha irmãos mafiosos ou algo assim!

Opa, não ouço mais as patas dos cães estalando no chão, na verdade, agora que parei... onde diabos eu vim parar?

Um beco escuro... silêncio absoluto... tudo bem, nada de cães me seguindo...

'Pode sair agora, eu não sabia...'

Quem está falando? Nossa... é ela...

'Desculpe, nem imaginei que existia alguém que era alérgico a massas ou algo assim... vamos voltar, já expliquei tudo... e também já trouxemos os cães de volta.'

OK, agora eu volto... seguro firme na mão dela e voltamos pra casa dos pais dela... e olhem só... eles prepararam sorvete pra mim... agora sim, estou seriamente pensando em entrar na mafia... vou ter sorvete de graça!

(Allan Wagner, 21:02 - 21:50, 04/10/2010)

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