segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Era. Por mim.

Acredito que vá ser a última do ano, por vários motivos, tempo, correria de fim de ano e até impacto ao ler esse texto... Vou deixar aqui uma coisa (das várias ligadas a mesma história que me serviram de soco na cara enquanto zerava minha caixa de entrada) que achei no meu email, numa daquelas limpezas colossais que todo mundo faz quando ele bate quase 1000 emails não lidos. É um email de mim, pra mim mesmo feito há 7 anos atrás, depois de uma conversa que incluía planos de futuro e filhos com a pessoa que, na época, era a mais importante pra mim.

É triste imaginar que deu até aquela pontada de arrependimento de tudo que já fiz na vida ao ler, no final, eu fui incapaz de manter a felicidade e afundei pesadamente na depressão cerca de um ano depois, deixando pra trás muita coisa que eu acreditava, e chegando ao ponto de quase tirar minha própria vida. Hoje não admito ser feliz, tampouco completo ou satisfeito com o que faço, mas estou aqui, arrastando-me com uma vida insatisfatória, uma tristeza que me abate a cada dia e um velho coração de lata.

Mas enfim, bom fim de ano a todos que ainda teimam em ler o que eu coloco aqui, e até ano que vem, a não ser que eu tenha um surto de inspiração pra escrever algo.


-----


Você sabe o que você sente, e também sabe que está perdido,
mas ela está sempre do teu lado, e ela que te traz de volta,
então me prometa meu eu, que não vai falhar,
pois essa luta é por sua felicidade, a felicidade dela,
prometa que você nunca vai errar, e quando errar,
vai se corrigir, e quando se corrigir, vai melhorar,
que não vai ficar em silêncio,
para cada segredo que tiver,
achará o momento certo pra contar,
que vai dar o melhor pra ela, e pra si mesmo,
pois é pela felicidade, que transborda,
emana de cada poro da sua pele, flui por cada lágrima,
por momento ao lado dela, por cada caminhada,
por cada manhã, acredite pelos planos,
acredite por Elis, por Felipe, acredite por ela,
e acima de tudo, por você,
você é o melhor pra ela,
você é o melhor pra si,
pela primeira noite, pelas Luas cheia,
pelo primeiro beijo, pelos sinais nas costas dela,
pelas músicas, pela praia, pela felicidade, por ela.

E por você.

(Allan Chaves, 15/07/2008)

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Utopicamente necessário.

O "querer alguém" do seu lado torna-se uma utopia,
o "estar junto" parece cada vez mais distante,
não deveria ser uma necessidade,
não deveria ser uma vontade,
deveria ser passageiro,
deveria passar.

Mas não passa.
Fica e aguarda.
Marca e atrapalha.
Prende e te fecha.

No final, são só necessidades,
necessidades que não deveriam ser,
vontades que não deveriam haver.

Não deveriam ser.

(Allan Chaves, 00:23 - 00:31, 13/11/2015)

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Penas Demais.

No fim, já não importa quem você tente por em sua vida,
ela que vai decidir por estar lá, ou não.

No fim, já nem importa o que você faça pra mudar as coisas,
não é só você a decidir o rumo que irão tomar.

No fim, a quem importa sua presença senão a você mesmo?
Nascemos sós, morreremos sós, não importam sentimentos.

No fim, as pessoas apenas estão mais frias, tristes e exigentes,
sem pensar se isso vai magoar outras ou não.

No fim, não importa sua luta, ou quanto você tente ser melhor,
algo sempre vai acontecer pra afastar você daquilo ou daquele alguém.

No fim, ninguém vale seu tempo.

No fim, nada vale a pena.

(Allan Chaves, 23:23 -23:30, 11/11/2015)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

sábado, 7 de novembro de 2015

Vazio singular.

Vazio.
Obscuro.
Singular.
Vácuo.
Nada.

É assim que me sinto.
É assim que pela primeira vez me sinto em tanto tempo.
É assim que eu termino por aqui.
É assim que eu decido ficar.
É assim que se definiu.

(Allan Chaves, 22:09 - 22:14, 07/11/2015)

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Sin'teresse.

Não mostre interesse se não quiser ficar.
Meu coração é velho demais suportar.
A alma nova que não suporta o mundo de velhos.
As pessoas que não suportam um olhar.
Não aceitam sentir.
Não aceitam viver.
Ocupadas demais com trabalho.
Preocupadas demais com dinheiro.

Não mostre interesse se não quiser ficar.
Não me prenda de Junho a Outubro.
Não me engane de setembro a dezembro.
Pois eu não vivo mais em mim.
Não vivo mais no mundo que sobrou.
Não tenho mais um coração pra isso.

(Allan Chaves, 21:40 - 21:47, 02/11/2015)

sábado, 24 de outubro de 2015

Para o Passado.

Você prometeu nunca mais abrir frestas para a entrada de ninguém.

Então ela veio e você a quis por perto, a deixou entrar, bagunçar, mexer, deitar, rolar e depois ela foi embora.

Foi embora da maneira mais cruel, te deixando sem explicação, aos gritos, apontando seus erros sem defesa, foi embora como se nunca tivesse estado ali.

(Allan Chaves, 00:55 - 01:02, 24/10/2015)

domingo, 18 de outubro de 2015

De precisar.

Preciso escrever pra por pra fora,
necessito clamar pra me sentir mais seguro,
procuro chamar pra não ficar em silêncio,
e olhar pro que me faz bem pra sobreviver.

Estou cansado de sentir saudades.

Estou cansado de sentir vazio.

(Allan Chaves, 21:10 - 21:16, 18/10/2015)

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Buonanotte.

Pois dos quadris eu ando sentindo falta,
mas não de encontro aos meus,
mas de meus dedos passeando por eles,
pressionando cada sinal que encontram.

Sinto falta dos cabelos escuros,
emaranhados entre meus dedos,
amarrados num coque descompromissado,
seguros em minhas mãos com tanto carinho.

E dos olhos castanhos desencontrados,
não aceitando que o encontro com os meus,
com medo de sentir um pouco de reciprocidade,
mas com tanto carinho que não precisava de nada mais.

Eu apenas sinto saudades,
e aos poucos ele me consome,
e ao mesmo tempo que é tão bom,
é horrível saber que não mais irei além disso.

Sentir saudades.

(Allan Chaves, 00:08 - 00:20, 14/10/2015)

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Você, Nunca.

Eu acredito que no final deixar se vencer por ódio,
me fará me perder do meu caminho.

Eu creio em tanta coisa que não acreditava até ontem,
assim como desacredito em tantas outras.

Eu acredito que posso chegar onde ninguém nunca foi,
seja em troca de um sorriso ou de uma vida toda.

Eu creio que vou amanhecer cada dia pra viver uma nova vida,
pois eu já morri tantas vezes que nem lembro quem eu fui.

Eu sei que amanhã eu posso ser mais forte do que já fui ontem,
e que meu coração agora está mais forte.

E você nunca vai saber quantas vezes eu morri pra chegar aqui,
você nunca sentiu a dor de não saber quem você é,
pois você nunca esteve onde eu já estive,
e no final eu estou vivo.

Eu me segurei,
Eu aguentei.
Eu sobrevivi.

(Allan Chaves, 08:02 - 08:34, 12/10/2015)

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

(...) My Darling



"Morra, morra, minha querida,
Não diga uma única palavra,
Morra, morra, minha querida,
Apenas cale sua linda boca,
Eu vou te ver outra vez,
(...)
Eu vou te ver no inferno."

No final, acho que meu humor está assim, e assim vai ficar por muito, muito tempo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Aparições Noturnas

E havia tanta paz em mim.
Existia uma calmaria perene desde o amanhecer.
Momentos de boas companhias, bons encontros.
Havia, existia, tinha.

Como só uma presença silenciosa pode machucar tanto?
Como um fantasma a passos curto pode trazer tantas lembranças?
Como minha mente pode ainda me ferir depois de tanto tempo?
Como você ainda pode me ferir?

Transformar toda a minha paz em raiva,
toda minha alma em ódio,
todo o meu ser em asco,
tudo o que sou, no que já havia esquecido?

Não mais consigo mais pensar,
tampouco fechar os olhos pra descansar,
fingir que estou feliz por um segundo,
pelo fantasma que assombrou esta noite.

É isso que és,
meu ódio,
meu asco,
minha fúria.

É tudo que tua presença causa,
é tudo que teu cheiro exala,
é tudo que o teu ar respira,
é tudo que eu desisti na vida.

Atravessa a porta com o que um dia eu chamei de carinho,
vai embora pela fechadura com o que sobrou de amor,
finge que não era só eu o "amigo" antes de tudo isso,
Morre, e leva contigo toda a minha dor.

(Allan Chaves, 23:07 - 23:12, 07/10/2015)

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Mais Cinco.

Aprendi a deixar o pânico me controlar por apenas 5 segundos,
aqueles segundos que te fazem suar gelado, desacreditar, esquecer,
mas a cada dia que passa, esses 5 segundos só aumentam,
aumentam por conta de uma decepção,
aumentam por (mais) uma derrota,
aumentam por utra mágoa,
aumentam por lembranças,
aumentam por fantasmas,
hoje não sei mais se tenho 5 segundos de pânico por dia,
ou 5 segundos de calmaria no meu caos.

(Allan Chaves, 17:42-17:47, 05/10/2015)

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Si.

É quando o coração fica pequeno,
e quando aberto, volta a ser ferido,
se retrai, se fecha novamente.
Vira mágoa, vira raiva, vira dor.
Você fica pequeno.
Você some dentro de si.
E fecha todas as portas e janelas,
afunda todos os seus barcos,
destrói seu cais...

E a vontade de abrir novamente some,
junto com o que restou dos restos de si.

(Allan Chaves, 19:47 - 20:00, 17/09/2015)

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Irmão Tempo.

Muito bem tempo, então nos encontramos como tantas vezes já fizemos.
Muito bom tempo, espero que não esteja esperando tanto como da última vez.
E quer saber os motivos, velho companheiro?
Te dou vários, e todos eles, completamente opostos ao que você queria.
Sim, tempo, eu não acredito mais nas esperanças de um futuro brilhante.
Passei tanto por você sem buscar nada, apenas buscando me entender, que no fim...
No fim, eu não conquistei nada de real. De físico, de sólido.
Nada do que as pessoas me mostraram ser o segredo de uma vida plena.
Dinheiro no bolso, uma boa carreira e amor no coração.
E falando no falso do seu irmão, o amor, ah, o amor.
Tempo, meu amigo, passei demais ao seu lado tentando arrumar uma companhia.
E no final de tudo, me tornei amargo, me tornei triste. E venho decidindo me tornar sozinho.
Não acredito mais no seu irmão, o amor, amigo tempo.
Pois ele brincou comigo, me trazia presentes, e os levava de capricho.
Mas acima de tudo amigo, ele me mostrou como era ser igual a ele.
Mostrou que não se resumia ao sexo, que não se resumia a beijos e abraços.
O amor me mostrou que pra entendê-lo, era necessário companheirismo, de irmão.
Então, não tão tarde, ele fugiu de mim, escapou por entre os dedos, me fez sofrer.
E você viu amigo tempo, você estava comigo pra cada lagrima que escorria.
Pra cada segundo que não passava, pra cada dor que se acumulava.
Amigo tempo, hoje não sei se devo ser teu amigo, ou se devo tentar evitá-lo.
Como se fosse possível tal feito.
Mas no fim, começo a querer odiá-lo, como odeio teu irmão, como odeio teu pai, o destino.
Como aprendi a odiar tudo o que me trazes, pois sempre me trazes com prazos de validade.
E meu prazo parece estar chegando.
E queria que fizesses um favor.
Rápido.
Indolor.
Amigo tempo, se me queres feliz, se me queres sorrindo.
Faz-me parte de tua essência. Esse mínimo senso de decência.
Me leva contigo irmão tempo, e me poupa de todo o resto.
Pois é o que me resta nessa vida.
Os restos. Sejam teus ou meus.
Me leva irmão tempo.
Pois estou cansado de deixar, a mãe vida me levar.

(Allan Chaves, 22:21-22:53, 14/09/2015)

sábado, 12 de setembro de 2015

"Parte de mim..."


"(...) Parte de mim
Quer te ver feliz
Parte de mim
Te expulsa, te perde
Parte de mim
Quer te ver feliz
Parte de mim
Te expulsa e morre (...)"


Que termine logo, que amanheça logo.

12.

O dia de hoje já foi o mais importante pra mim, durante alguns anos, foi.

Em suas vésperas eu deitava de coração apertado, acordava no dia ainda pior, pois a lugar nenhum me levava sentir aquela pequena pontada no peito. A pontada não me considerava sequer amigo, não olhava pra mim, não supria sequer um sentimento que senão o de me afastar. E eu me afastei, o que mais o coração adolescente podia fazer? Mas de erro em erro, eu busquei a dor de não tê-la em outras pessoas, procurei e comparei. E me arrependi, pois no final, buscar quem nunca esteve comigo era um erro. O que é bem óbvio, não parecia na época, então eu apenas segui em frente, pra todo dia 12 relembrar dela.

Não digo que não aconteceu, na verdade, tudo aconteceu.

Por mero acaso, estávamos juntos, um acaso de 2 anos e menos de um metro de altura. Não era como estar apenas apaixonado, não era apenas estar com alguém, era mais, era  mútuo, era completo. E eu perdi. Eu fingia não acontecer, não mostrava o que faltava pra mostrar, me desconectava, e os dias 12 voltaram a ser vazios. Foi quando eu afundei e cavei minha cova em busca do isolamento, afundando, cavando e esquecendo o que eu era.

Mas nós iriamos nos encontrar de novo, e quantas vezes não o fizemos? Quantas vezes nos anos seguintes vivemos de idas e vindas? De mágoas e feridas? Até que nos afastamos tanto que mal éramos capazes de nos entreolhar.

Mas nesse mesmo dia, exatamente há um ano, vivemos nosso último beijo, no dia mais importante pra mim, revivemos um último momento que eu tentei prolongar por poucos meses até ser lembrado que era amado, mas não querido. No final, acabara como nada. Acabara do jeito que nunca deveria ter começado. No final, talvez hoje ainda seja o dia mais importante da minha vida, mas quem sou eu pra admitir isso? Quem sou eu pra continuar com isso?

As decisões de um só, são só dele.

(Allan Chaves, 21:35-22:20, 12/09/2015)

"Foi numa noite, igual a essa, que tu me desse, teu coração..."








(Allan Chaves, 2015)

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Setembro.

Vivi tantos Setembros que nunca vieram,
Deixando de lado Setembros que queriam estar,
E agora não sei quantos Setembros ainda tenho,
Nem quantos Setembros posso doar.

Passei uma vida acreditando e vivendo algo que não deveria ter acontecido,
Que virou um mero passado apagado,
Outro Setembro dolorido...

Eu vivo hoje do passado,
Pois nenhum presente quer ficar,
E quando me libertei de Setembro,
Novembro não quis ficar.

Nem Janeiros, Maios, Agostos,
Dezembros, Junhos e até outros Setembros,
E me sobraram apenas os fantasmas,
Daqueles dias de Setembro.

(Allan Chaves, 01:34 - 01:55, 05/09/2015)


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Caçadas.

Prata para as bestas.
Aço para os homens.
Amor para as mulheres.

(Allan Chaves, 03/09/2015)

Segundos.

Foi tentando passar desapercebido que percebi,
que meu coração ainda está preso no mesmo lugar.

(Allan Chaves, 03/09/2015)

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Mês.

Entramos naquele velho mês,
que de nada me acrescenta,
que de tudo me fere,
que me assombra.

E das assombrações,
afasto-me de ruas,
ruelas, cinemas,
portões e locais.

É o mês que nunca passa,
é o mês que não se vive,
é o mês que não se entrega,
é o mês que não me existe.

(Allan Chaves, 23:29 - 23:34, 01/09/2015)

Sobra.

É como absorver o que sobra de escuro ao seu redor,
sobreviver com os olhos fechados e o coração ferido,
ataduras são como amarras que impedem o movimento,
curativos que de nada escondem as feridas...

(Allan Chaves, 22:21 - 22:27, 01/09/2015)

domingo, 30 de agosto de 2015

Das Tardes.

Tardes de Domingo,
todas parecem ser vazias novamente,
na teimosia de se cabeça dura,
na insistência de ser quem sou,
e aparentemente,
na razão de falhar em ser quem sou.

(Allan Chaves, 00:01 - 00:06, 30/08/2015)

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Anti.

Sou a insônia.
A anti-sintonia.
Sou o que sobrou dos últimos dias.
E a preocupação estampada em momentos ainda inexistentes.

(Allan Chaves, 02:30 - 02:33, 29/08/2015)

Temo.

Hoje eu não consigo dormir,
me sobram insônias,
me sobram ânsias,
me sobram medos.

Não consigo descansar bem,
não me vejo de olhos fechados,
nem meu corpo descansado,
mas também temo amanhecer.

Amanhecer e confirmar a perda.

Amanhecer e voltar a escuridão.

Temo.

(Allan Chaves, 00:05 - 00:10, 29/08/2015)

Breve'stória.

Se fosse só o suor frio,
ou os dedos gelados de insegurança,
se tudo não passasse do aperto no peito,
quem sabe eu apenas seguiria em frente,
aceitaria uma breve'stória.

Não aceito que o erro foi só meu,
diante de tanta agressividade,
do teu nome ele cuspiu ofensas,
e no calor do revide de palavras,
quem perdeu fui eu.

E não são pelas noites encurraladas,
por trocos de sentimentos em restaurantes,
de mãos dadas pra adormecer,
de beijos carinhosos,
por quem acabou de conhecer.

Veio pela confiança,
pela força dada para ir pra frente,
da preocupação que me soa exagerada,
do sofrimento posto em cada lágrima,
de acreditar que podia dar certo.

E pode.

Mas no meio de tantos revides,
a descrença que me é lançada me afasta,
do momento seguinte de estabilidade,
que deveria reunir de novo,
mas passa batida.

Quando te conheci decidi o que ia sentir,
iria andar devagar a passos chucros,
mas foi o teu levar que me acelerou,
uma arritmia, taquicardia,
presença.

Entendo tua decisão,
mas não a aceito,
do carinho que beirava nossa atenção,
não pode ser assim desfeito,
finito.

Decidi o que sinto.

E não consigo não sentir saudades.

(Allan Chaves, 19:39 - 19:44, 28/08/2015)

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Reencontro.

Você está a salvo, em um lugar que não quer sair,
então você é obrigado a sair, a seguir,
e você não está mais salvo, e está no antigo corredor,
procurando entender, confuso.

Você errou, acreditou em si,
mas não podia ser o único,
não demonstrou segurança,
entregou o mundo, abriu suas portas,
e elas nada mais eram que vãos vazios.

Você pede que seu corpo entre em equilíbrio,
você precisa se alimentar, precisa dormir, descansar,
repensando seu erro, voltando a ter medo.

E o medo dói.

Ele voltou, e você já sabe como encará-lo,
apenas não quer mais encará-lo,
não queria encontrá-lo.

Isso é mais um fim.

Dentre tantos fins, é mais um,
e o mais dolorido em tanto tempo.

O tempo que você já não tem mais.

(Allan Chaves, 11:36 - 11:42, 24/08/15)

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Coalizão.

Luzes, trevas e todo o resto que ainda me faz,
todo os pedaços que formam um ser completo,
bom ou mal, obscuro, soturno, sorridente, brilhante,
tudo está aqui, tudo está em complemento,
em equilíbrio, em coalizão.

Completo, apenas um.

(Allan Chaves, 01:23 - 01:36, 15/08/2015)

sábado, 11 de julho de 2015

Em Tempo(ras)

É tempo de guerra, é tempo de vida,
é tempo de dúvidas e tempo de certezas,
momentos de surpresas, tempo de destrezas,
descrenças, belezas e pequenezas.

Mas é tempo.

Apenas tempo.

(Allan Chaves, 09:13 - 09:18, 22/06/2015)

Libertas, Cobertas.

Aprendi a seguir em frente,
aprendi a entender o que eu sou,
aprendi que sou maior que tudo,
pois sou maior que meu passado,
pois sou maior que meus erros,
maior que meus arrependimentos...

E te liberto das minhas amarras de tristeza,
das visitas indesejadas e das presenças sem sentido.

Eu te liberto pra conseguir minha liberdade,
minhas amarras estão soltas,
minhas correntes quebradas,
minha vida?

Agora é só minha.

(Allan Chaves, 20:15 - 20:26, 21/06/2015)

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A onda ainda quebra em uma praia qualquer.

"No dia que você foi embora eu fiquei/
Sozinho no mundo sem ter ninguém/
O último homem no dia que o Sol morreu."

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Pudera.

Aprendi com o tempo que a raiva me leva ao esquecimento.

E aprendi a te odiar.

Odiar cada curva do seu corpo, do sinal no umbigo, as costas marcadas de ttabalho.

Ter asco do teu cheiro que ainda permeia minha cama ao anoitecer e teu hálito que empesteia meu ar pelas manhãs.

Repudiar cada uma das datas que tanto ama, que tanto te fazem sorrir, que tanto te fazem feliz.

Odiar cada grão de areia de cada praia que já pisei. E odeio o mar, dos golfinhos aos tubarões, dos corais às sereias.

Não suportar danças, nem salões lotados, nem pé de serra, odeio tua cidade e cada morador de lá.

Eu te odeio tão intensamente, que não caberia aqui falar.

E te odiar talvez seja minha única maneira de admitir.

E do ódio vem a única maneira de suportar tanta dor, tanta perda.

Te transformar num fantasma, num vilão de minha vida, pra culpar alguém que não eu, para entender que nunca fiz nada de errado.

Aprendi a te odiar com tanta força que hoje já não sei se o que me abastece de lágrimas é a luz das saudades, a dor do arrependimento, ou a treva que alimento com tanto prazer de viver sozinho.

(Allan Chaves, 00:27 - 00:59, 12/06/2015)

terça-feira, 2 de junho de 2015

terça-feira, 14 de abril de 2015

Reinos.

São aliados aqueles que batem de frente a um único inimigo,
E dos reinos que sobram, sejam céu ou inferno,
Seus afazeres são aliados.

Falhar é sempre opção,
tentar é bobagem,
amar é erro.

Aceite a derrota,
como você faz tão bem,
aceite a falha,
e então falhará como sempre evitou.

(Allan Chaves, 03:28 - 03:45, 28/02/2015)

Tolices.

Tolo.
Vive de momento.
Acredita em passado.
Ainda enxerga amor.
Tola.
Vive de medo.
Se magoa com passado.
Ainda enxerga amor.
Tolos.
Ainda enxergam.
Ainda sentem.
Mas não tentam.
Tolos.
Covardes.

(Allan Chaves, 00:10 - 00:21, 27/02/2015)

De Momento.

Viva do momento que puder viver,
na virada do tempo não se há mais tempo,
nos momentos de felicidade não haverá mais você,
e sem você, não há mais.

Se não há mais,
que seja,
não é mais.

(Allan Chaves, 21:35 - 21:41, 26/02/2015)

No Escuro.

Você ainda me vê.
Você ainda me sente.
Mas seu coração não tem mais valentia.
Seu coração não tem mais força.
Sua razão, não tem mais a mim.

(Allan Chaves, 11:01 - 11:07, 25/02/2015)

segunda-feira, 6 de abril de 2015

4 quadrinhos.


(Allan Chaves, 20:01 - 20:47, 24/02/2015)

Inertemente

Inconcebivelmente, um dos dois falha.
Imperceptivelmente, um dos dois esconde.
Impossivelmente, um dos dois finge não se importar.
Incertamente, sentimos saudades.

Falhamos. Sem precisar falhar.

(Allan Chaves, 01:01 - 01:07, 23/02/2015)

Desde.

Desde o silêncio,
desde o passado,
desde a falha,
ou o sorriso.

Desde então,
obscuro,
fechado,
falho.

Desde sempre.

(Allan Chaves, 16:17 - 16:22, 22/02/2015)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Veneno.

Se apaixonar por alguém não é tão simples,
Acontece apenas uma vez,
E você não escolhe por ele,
Ele que decide esbarrar em você,
Ele que decide quando acontece,
E quando acontece, não é bonito,
É feio, é tóxico, chega até a ser triste.

Você não vai escolher,
Você nunca irá saber,
O destino raramente permite,
Ame as dificuldades,
Ame os defeitos,
Ame os problemas,
Apenas ame.

Ele já esbarrou comigo,
ele já me envenenou,
Já me intoxicou
Até permitiu escolher,
E eu escolhi minha melhor amiga,
Minha companheira e metade,
E eu falhei.

E no fim,
Todo o vinho,
Sábados a noite,
Tetos brancos,
Palavras jogadas no vento,
O mesmo velho amor adolescente,
Eu deixei passar.

(Allan Chaves, 00:51 - 01:23, 21/02/2015)

Ser.

Sou da falha o encontro,
sou da mentira a fé,
sou da infinidade o abraço,
sou o que preciso ser,
sendo o que precisas de mim.

(Allan Chaves, 14:40 - 14:46, 20/02/2015)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

(Todo) Nosso.

Profetizo com breves palavras,
o meu encanto superas agora,
ou pega tuas coisas e deita agora,
divide essa vida comigo
faz de mim o teu velho abrigo,
faz da casa tua única morada,
pinta das cores que tu quiseres a fachada.

(Allan Chaves, 11:12 - 11:25, 31/01/2015)

Mora.

No dia após dia,
na hora após hora,
fica,
ou vai embora.

(Allan Chaves, 30/01/2015)

Montes.

Mas das sobras que manténs dentro de ti,
ainda sobras de montes dentro de mim,
e das sobras, somos sobras,
do que não resta, não sobra.

Somos a falha e o fracasso,
somos a prova que o amor infinito falha,
pois ele existe, nunca acaba,
mas por fim
afasta.

(Allan Chaves, 15:36 - 15:47, 29/01/2015)

Imemorial.

Vinde de todos os tempos,
que vá para todos os ancestrais,
fique perdido no vento,
ou sobreviva aos próximos carnavais.

Vai amor, e volta se tiver vontade,
pois no final, eu e você somos necessidade.

(Allan Chaves, 15:23 - 15:29, 28/01/2015)

Valente.

Existem corações bondosos,
corações que estão prontos pra te magoar,
aqueles que vieram pra não deixar nada,
e os que deixam tanto, que não sobra mais espaço pra ninguém,
quando não sobra mais nada.

No final,
o amor não é para os indecisos,
os que não tem certeza do que querem,
nem pr'aqueles que não o veem mesmo que esteja um passo a sua frente.

Amor de verdade, só de um coração Valente.

(Allan Chaves, 16:34 - 16:45, 27/01/2015)


Espaço Morto.

Em meio ao silêncio,
por entre as estrelas,
nas gotas de sangue,
e universos dentro de nós,
existe o vazio,
existe o vácuo,
onde não adianta gritar,

pois ninguém vai estar lá pra te escutar.

(Allan Chaves, 00:23 - 00:31, 26/01/2015)

Tardio.

Meus faróis estão rachados,
não sobrou muito pra comentar,
ninguém pra conversar,
as luzes que rasgam a estrada ainda iluminam o pouco que sobra,
as luzes do painel ainda piscam fracas e febris,
como as luzes que me lembram que ainda estamos dançando,
perdidos em nossos olhares,
sincronizados em nossas respirações,
mas hoje,
eu apenas dirijo,
dirijo sem rumo,
ando a noite,
pois é um Adeus tardio,
é um Adeus indesejado.

Eu dirijo,
com pesares de passado,
desejos do nosso futuro,

e com o nosso Adeus tardio.

(Allan Chaves, 23:51 - 23:57, 25/01/2015)

Dosagem.

São duas doses e eu ainda estou sóbrio,
a dor no peito ainda pesa e não vejo luzes,
o mar está tão perto e estou febril,
eu sussurro.

Você pode me ouvir?

Eu pergunto, não que funcione,
devagar eu já perdi a voz,
pura e simplesmente não há mais crenças,
nem teorias, nem desejos, só gritos.

Você pode me ouvir?
Eu sei que só consigo sussurrar.
Você pode me ouvir?
Eu insisto mas você não quer ouvir,

Eu tento ainda respirar,
eu tento ainda suprir minhas necessidades,
mas você? Pode me ouvir

(Allan Chaves, 21:18 - 21:35, 24/01/2015)

Elevação.

O tempo já não conta,
eu grito alto pra acordar,
assim a alvorada dói menos,
vivemos em círculos todos os dias,
e os medos continuam lá e só aumentam,
eu preciso de um novo dia,
antes que seja tarde demais.

E você elevou meu espírito,
e consigo abandonar toda essa descrença,
andar sobre águas,
erguer os braços e tocar o Sol...

Lembro de outros dias,
em que dividimos segredos,
e perdemos nosso chão,
e dividimos sonhos,
e não precisávamos de chão pra nos apoiar,
e lutamos contra nossos círculos,
mas nunca notamos que era tarde demais pra nós dois.

E você eleva meu espírito,
e  sou capaz de tocar a luz da Lua
Sou mais do que eu mesmo,
mas vejo que já é tarde demais,

E já  queimei minha centelha de vida...

(Allan Chaves, 06:01 - 07:12, 23/01/2015)

(Des) Honesto.

Eu ainda desejo me sentir como antes,
não quero que a raiva seja tão superior,
mas o medo e descrença são tão superiores,
que me deixam fora de mim.

O que vier a ser,
o que for completar,
seja ilusão ou sonho,
que venha, mas não me seja desonesto.

Eu não sou liberto,
não consigo ser safo sem ser tratado,
preso em remédios e noites só,
minhas verdades não são mais minhas.
Mas quero que venha,
que seja capaz de me completar,
não seja ilusão, nem sonho,

Venha, e não me seja desonesto.

(Allan Chaves, 15:12 - 15:40, 22/01/2015)

Silo.

Eu ainda preciso de você,
como o raio de Sol, o amanhecer de um novo dia (...)
Eu ainda preciso de você,
perto como uma sombra no meu caminho (...)
aqui ao meu lado, não vá.

Fique, até que nossos dias acabem.

(Allan Chaves, 03:07 - 03:16, 21/01/2015)

Razão (Hábil)

Consegue ouvir o bater do meu peito?
Ressoa dentro de meu corpo pálido,
não é ele mesmo, nem eu reconheço seu bater,
corra, ele precisa de sua ajuda,
ele não tem ritmo sem estar em suas mãos,
ele não age por razão, então precisa da sua,
sua mente sã que o mantém vivo.

Durma minha metade,
deixe os sonhos te trazerem de volta pra mim,
aqui estará sempre segura,
flua com um rio para minhas cobertas,
e não me deixe isolado sem sua presença.

Talvez sua mente não deva ser ouvida uma vez mais,
eu andei pensando em desistir,
não fui rápido o suficiente pra entender o que acontecia,
mas por suas mãos eu me tornei sombra,
você não acreditou em nada mais,
mas dessas mesmas sombras,
eu anda vejo a luz que pensa ter morrido...

Durma minha luz,
deixe os sonhos te mostrarem que não a razões,
e nas emoções que somos felizes,
flua com o mar de nossos beijos,

e me encontre onde precisar encontrar.

(Allan Chaves, 01:21 - 02:05, 20/01/2015)

Pouca.

Não quero desdizer o que já foi dito,
não quero remoer passados de céus nublados,
nem mares de passados enevoados,
rios de ferrugem pálida,
ou de luxúria pátria,
quero ver queimar os passos que deixei pra trás,
mas não quero deixar nada no passado.

Você vê minha luz?

(Allan Chaves, 12:32 - 12:39, 19/01/2015)

Descartável.

Ouço as bombas se aproximando,
e os tanques férreos rasgando a terra,
o silêncio não é uma opção,
e das razões que me sobraram,
eu deixei de entender  o que eu já fui.

(Allan Chaves, 18:25 - 18:30, 18/01/2015) 

Quem.

E se sobrou algum herói, que se mostre,
eu só ouço o gritos desesperados,
as crianças chorando e nenhuma solução,
e se alguém aparecer nesse vazio,

todos queremos apenas sua absolvição.

(Allan Chaves, 15:02 - 15:07, 17/01/2015)

Jogo Mórbido.

Andei distâncias, procurando o que fosse real,
conheci lugares nos quais eu nunca pude estar,
vi piratas abordarem meus sonhos,
e percebi que estou aqui só de passagem.

Então, talvez eu morra sozinho,
ou quem sabe morra em vão,
seja como guardião em Roma,
ou d'uma queda de avião,
ou em silêncio num beco escuro em Genebra.

Ouvi rumores de pessoas que começaram incêndios,
e acabei dando meu melhor onde não deveria,
e no final, estou preparado pra cruzar qualquer dificuldade que possa atrapalhar,
ou afundar barcos com o som fraco da minha voz.

Eu vou chorar sozinho,
morrer como uma pedra,
ou por uma alergia boba a flores,
quem sabe até mordendo uma anel de cebolas,
mas até lá, eu preciso tentar de novo.

A vida não passa de um jogo mórbido,
em que precisamos ter medo pra seguir em frente.

Rolemos os dados, deixemos os resultados aleatórios nos guiar,
mas me deixa ouvir a tua voz,
e tentar de novo não deve ser de todo mal,
os céus sabem segredos demais de nós dois,

então me dê uma razão.

(Allan Chaves, 00:15 - 01:02, 16/01/2015)

Ressoa.

Cintila e rasga,
soa e recua,
deixa pra lá,
volta pra emoção,
abandona a razão,

Que ela já fez mal demais.

(Allan Chaves, 10:01 - 10:07, 14/01/2015)

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Névoa.

Os lobos caçam em suas matilhas,
e a noite vai continuar sendo sempre a mesma,
não sentimos nada além da dor,
as dores de não termos mais as faces um do outro,
não existem mais sons,
nem corações acelerados,
não existe mais comprometimento.

Não pra mim, não pra ti,
Não há ninguém, não mais,
o paraíso já levou todos.

Não nos serve mais entender.

Espera se torna algo comum,
mesmo que ao esperar por nada,
torne minutos longos demais,
mas em algum lugar dos meus pesadelos
há uma dama de grená,
obscurecida por névoas,
e prefiro cerrar meus dentes em dor.

Não há nada além de dor,
Céu e inferno são esquinas,
e pensar apenas faz doer mais.

Não nos convém mais entender.

(Allan Chaves, 13:58 - 14:24, 13/01/2015)

D'os olhos castanhos.

Os grandes homens gordos esperam na beira da estrada,
tão velhos que mal se locomovem,
os pássaros se aninham no frio das estrepes,
jovens penas caem de anseio,
eu apenas continuo caminhando,
pela terra batida que me afastou do caminho.

Da garota de olhos castanhos.

Não haverá prosperidade ou diversão daqui em diante,
os atos que trouxeram o viajante até aqui,
os caminhos que ele cortou,
os atalhos cheios de farpas,
pra no final não ter nada.

Nem a garota de olhos castanhos.

O inferno se aproxima,
com ele todos os medos,
que agora são encarados,
enfrentados como se não houvesse amanhã.

Ou nenhuma mulher de olhos castanhos.

(Allan Chaves, 12:01 - 12:07, 12/01/2015)

domingo, 11 de janeiro de 2015

D'as Distâncias.

Amores distantes não sobrevivem a distâncias tão longas,
centímetros, metros, kilômetros?

Amores distantes de hoje não sobrevivem a mensagens,
facebook's, whatapp's, tumblr's?

Amores distantes não sobrevivem,
pois não querem sobreviver de distâncias,
querem viver de encontros,
topadas e beijos,
noites, dias e gozos,
sóis, luas e frios.

Amores distantes não deveriam sobreviver ao tempo.
Paixões estranhas aos carnaváis.
Carinhos saudosos de uma noite.

Mas pros que vivem,
que lutam, sobrevivem,
sinto todas as suas faltas,
a alma vazio percebe que sente falta,
de ter oportunidade de tentar ser uma novamente,
uma com outra, com outro corpo, com outra vivência.

Amores distantes não deveriam sobreviver a nada.

Mas sobrevivem quando deveriam ter morrido.

Sobrevivem e acabam por fazer mal a um alguém que no fim de tudo se viu ninguém.

(Allan Chaves, 17:52 - 18:10, 11/01/2015)

Desabando.

Sabe quando dizem que você é responsável por suas ações? Apenas lembre: você é.

Em 2009 decidi pela faculdade de Artes. E hoje nao sei qual caminho tomar nesse meio. Poderia ter me afogado na depressão e concluído um plano obscuro de tirar minha própria vida. Daí começa toda minha história de depressão, que perdura até hoje.

Em 2010 poderia ter ficado em Fortaleza. Começado do zero, abandonado a faculdade.

Em 2011, poderia ter ido a São Paulo, recomeçado, aceitado que alguém podia me querer bem, mas minhas decisões por conta de meus fantasmas me mantiveram aqui e magoaram boas pessoas que por lá estavam.

Em 2012, poderia ter casado. Quem sabe, hoje seria pai, e provavelmente teria um Calvin correndo pela casa destruindo tudo.

Em 2013, poderia ter pego aquele ônibus que capotou na estrada de Fortaleza e estaria a sete palmos do chão. Poderia ter posto finalmente o anel naquela história de 13 anos... ou, com a perda, dado chances ao destino de cabelos vermelhos.

Em 2014 poderia ter dito "não" a uma oportunidade e não teria meus projetos - pequenos, eu sei - perdidos no tempo. Poderia ter começado a morar no RN, finalmente e novamente amado alguém, acreditado e começado tudo de novo.

Em 2015, pretendo apenas escolher não ficar mais por aqui se tiver a chance.

Cansei de tomar decisões que parecem tão erradas. Não culpo meus fantasmas, mas a mim mesmo por ter dado tanta força a eles, força suficiente para que eu mesmo não consiga me libertar deles... e não quero perder mais nem um ano, nem uma chance, nem um outro amor.

Estou bastante cansado, cansado de me arrepender.

(Allan Chaves, 00:20 -00:48 - 10/01/2015)

sábado, 10 de janeiro de 2015

Sobras.

Vinde e ouça.

Apenas ouça.

O silêncio que não faz mais diferença.

Os gritos que agora você não mais ouve.

Mas há, lá no fundo das minhas palavras,

no fundo de meus pensamentos,

o que sobrou de você.

(Allan Chaves, 22:48 - 23:10, 09/01/2015)

Baterias.

Sobraram as séries de lembranças,
os RAM's de solitude,
as baterias de energia que não tenho mais,
os cabos de dados que me amarram às cadeiras,
o joypad que me controla,
o mouse que me prende.

A tecnologia que me deixa preso em casa,
e em casa que prefiro me manter pra me curar,
ou quem sabe, definitivamente, me sacrificar.

(Allan Chaves, 21:10 - 21:16, 08/01/2015)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Recife, Cidade Sombra.

Odeio cada um dos bairros do Recife,
odeio cada rua cheia de história,
cada esquina cheia de carinhos,
cada curva com os meus restos.

Odeio todos os anos vividos nessa cidade,
odeio os anos perdidos num só bairro,
cada caminhada na beira do rio,
cada luz apagada ao meu passar.

Odeio tanto essa cidade,
tanto quanto amo cada pedacinho dela,
cada ladrilho nas ruas do Recife Antigo,
ou das tábuas velhas da Sala de Reboco,
das BR's que me faziam sair dela,
como das estradas que me traziam de volta.

Te amo Recife, mas te odeio tanto,
que se torna insuportável viver em você,
odeio teus carnavais e festas,
odeio tuas luzes e músicas,
odeio tuas águas,
sejam por minhas histórias,
sejam por meus fantasmas.

Você é minha cidade luz,
mas também meu caminho de sombras,
Cordeiro, Torre, Madalena,
Várzea, Caxangá ou Jaqueira,
te amo tanto Recife,
mas não sei se suportaria mais viver em ti,
sozinho em ti.

Não sei se sobreviveria um dia a mais Recife,
não sei se suportaria perder mais um de teus bairros para meus fantasmas.

(Allan Chaves, 23:15 - 23:32, 07/01/2015)



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Penitência.

Como abandonar os últimos quinze anos?

Sejam de amores, sejam de dores, sejam de amizade.

Somos divergentes,
diferentes,
indecentes,
até descrentes,
mas somos cúmplices.

Me culpar por todos os erros não corrigem nada.

Te culpar por desacreditar no sentimento não faz nada mudar.

Somos equilíbrio,
toque,
murmúrio,
respiração,
a complexidade de um só.

Repetir e insistir em nunca mais te ver é um erro.

Fugir do que é verdadeiro é apenas uma triste lembrança.

Somos disposição,
intuição,
razão,
emoção,
e nunca seremos apenas uma história.

Mesmo em pleno carnaval,
seja a dor que vai me alfinetar,
em plena Lua cheia,
a cama que vazia estará,
completa e pura dor,
que dorme em silêncio no teu lugar.

Sentirei falta, me rasgarei de ciúmes,
não aceitarei outro amor ao teu lado senão o meu,
mas não há de existir dor maior do que um nunca mais,
do que sempre será verdadeiro,
seja qual amor tenha sobrado...

Mas por favor, não vai embora.

Não ouve mais as palavras amargas de um coração desesperado.

E perdoa...
Perdoa a falta de tato,
perdoa o velho touro em solitude,
perdoa a dor que eu não consigo aguentar,
perdoa a descrença e tesouros entregues perdidos no tempo,
perdoa o segredo que morreu com nosso amor.

Perdoa.

E deixa eu aceitar que meu perdão merece minha própria penitência.

(Allan Chaves, 18:11- 18:42, 06/01/2015)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Fundo de Taberna.

Um velho clérigo adentra uma taberna decrépita, em meio a tantos bêbados e vultos estranhos, ele avista um jovem vestindo uma puída armadura de couro. Seus braços estão cheios de cicatrizes, assim como seu rosto e pescoço.

O ancião se aproxima, puxa uma cadeira e fala ao jovem.

- Você se lembra de onde vieram todas as suas cicatrizes jovem guerreiro?

- Claro que sim! - afirma animadamente o jovem.

- Essa maior e enegrecida? D'onde vem? - apontando para o braço direito do guerreiro.

- Ah, essa? Foi quando eu cozinhei pão de queijo pela primeira vez!

Silêncio.

(Allan Chaves, 21:30 - 21:47, 05/01/2015)

domingo, 4 de janeiro de 2015

Ácidos, etílicos, cálidos.

Me deixa enamorar tuas pernas pálidas,
entornos cálidos,
mentes vividas,
cabelos negros áridos.

Que vinde a fogo de ácido,
queimando vívido,
machucando lírico,
tesão etílico.

Foge agora como bandida altiva,
negando desejo,
lambendo íntima,
amor tímido.


(Allan Chaves, 20:15 - 20:21, 04/01/2015)

sábado, 3 de janeiro de 2015

Relatos de assombrações passadas.

É sob a primeira Lua cheia do ano que eu volto a ser assombrado. Um sonho antigo, um mesmo sonho que já se repetiu anos atrás. Há 14 anos atrás mais exatamente (não que o dia seja exatamente esse), aos meus 13 anos, sonhei com ela pela primeira vez.

Eu morava numa casa com piscina, quadra, tinha uma vida boa e criatividade sobrando.

Então ela veio. Não era fácil esquecer o rosto longo, nariz redondinho e arrebitado, sorriso largo e olhos castanhos enormes. Cabelos pintados de um vermelho escuro, longos e cacheados. E não esqueça das tatuagens. Debaixo d'água ela me puxou pelos ombros, me roubou um beijo e emergiu, me puxando consigo. Então ela sorria e eu? Acordava.

Depois disso, ela sumiu e eu me apaixonava pela primeira vez. Uma paixão que você pode julgar boba, adolescente... mas depois disso, o sonho, ela voltou. 7 anos. Ela estava lá, voltava a meus sonhos e logo após um fim de semana ao lado de meus bons amigos, numa casa de praia. E sim, o lugar tinha piscina.

O mesmo rosto longo, nariz arredondado, arrebitado, o sorriso largo e olhos castanhos brilhantes. Ruiva, cabelos longos e cacheados, mas não aqueles cachinhos pequenos, mas longos cachos dançando debaixo d'água. Tatuagens. Novamente embaixo d'água me puxou pelos ombros, me roubou um beijo e emergiu me puxando consigo. Mas a piscina era a mesma da minha antiga casa, o sonho era o mesmo, o lugar, tudo era igual. Então eu sorria e acordava.

Ela sumia e eu entrava no mais profundo e verdadeiro relacionamento da minha vida. Um amor sem precedentes e covarde diante da perda. Que se arrastou, se machucou e morreu de um dos lados, e no fim, só um deles ficou de pé, sofrendo.

Então ela retornou ontem a noite. E isso me causou um certo medo... foram os mesmos olhos, cabelos, sorriso, beijo, emergir, acordar. No mesmo cenário, mais uma vez, 14 anos e tudo ainda estava lá, em seu devido lugar.


Por que? Pra que? Quem?


Sozinho, sem motivos pra procurar nem se deixar ser visto, pra que ela invadiu minha cabeça de novo? Agora que já não tenho os pés pra caminhar. E nem o coração pra suportar.





(Allan Chaves, 18:55 - 19:17, 03/01/2015)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Por Demais.

Eu te desafio a viver.
O desafio de anos a fio.
Desafio de dias perdidos.
Calores, amores e dores.

Viva, deixe viver. Morra, deixe morrer.
Ame, corra os riscos ou viva na solidão,
correndo pra não chegar em lugar nenhum.

(Allan Chaves, 00:02 - 00:07, 02/01/2015)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Fluência

Eu deixei o último vestígio do que parecia ser amor no último dia do ano,
deixei ele escorrer por entre as águas salgadas que passavam entre meus dedos,
junto com ele um pouco de luz e bondade que rasgavam meu peito,
aceitei que era o momento de seguir em frente.

Mas no final, não é verdade.

O ano se inicia, mas o coração não saiu de onde devia,
deixei fluir, deixei passar, mas ele está onde sempre estará,
debaixo das cobertas, dentro da rede, por entre lençóis,
perdido em segredos pesarosos e sonhos de amor eterno.

Eu só posso deixar fluir, pra quem sabe um dia aceitar.

Um dia talvez. Mas não hoje.

(Allan Chaves, 23:20 - 23:25, 01/01/2015)