quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Trabalho de Dramaturgia - 2º capítulo, 2 páginas - Talvez Só Por Hoje (Ritmo).

Hoje.
Quem sabe amanhã.
Não há alvorada certa agora.
Se ela precisar de mim irá chamar.
Já nem me importa mais.
Realmente importaria? Talvez...
Mas,
levantando mais cedo,
eu notei uma pequena diferença,
uma diferença entre o que nós fomos,
um pro outro não fomos quase nada! Simplesmente nada...
Então de onde vem toda essa vontade? Toda essa saudade? Tudo?
De canto nenhum, vem e vai sem motivo ou razão certa... sinto raiva.
E no fundo sei que essa raiva não tem razão nenhuma.
Não deveria existir, e não existe, é apenas ilusão,
Criada por todas as saudades que sinto...
Não há um novo dia,
Não pro passado,
Nunca.
Levantei até tarde,
decidi que não tenho motivo,
ficar chorando a toa? Pra que isso?
Por mim nunca mais sinto,
Fico onde estou.
Sozinho.
E pra acreditar,
não preciso de ninguém falando,
opinando e dizendo que estou certo, errado,
não sabem nada de minha vida, nem irão saber,
não lhes dou liberdade, nem amizade, nem razão, nada lhes devo.
Quero que todos vão pro inferno, que é o lugar deles, com certeza.
Lá essas malditas pessoas se encontram, por acabarem com a paciência,
de pobres, doces e inocentes estudantes e almas achadas,
eles nos interrompem nos momentos mais impróprios,
gritando nos nossos ouvidos cansados,
jurando que salvarão,
alma,
eles querem isso,
dizem coisas sem nenhum sentido,
dizem que Deus está olhando por mim,
o coitado já está tão de saco cheio deles,
que aposto que nem lembra do resto, graças a todos eles,
e se por algum acaso ele verdadeiramente, realmente está por lá... sei lá.
Me tornei um descrente de tudo, tenho meu motivos. Muito plausíveis.
E nem você nem ninguém pode me fazer mudar,
seria necessária muita conversa desnecessária jogada fora,
pra no final você perceber,
medo,
inserem medos agora,
dizem que você não pode,
inventam o que você não deve fazer,
dizem que você será castigado, faça o que mandamos.
É isso o que eles querem que façamos, querem nos vender,
querem nos comprar, dizem que somos produtos do amor, produto do quê?
Dizem que Deus é o amor, e o temem, como podem?
Então o amor é algo perigoso, assim penso eu.
Se a maior representação dele é temida,
pra que devo crer Nele?
É mais seguro.
Descrença.

Tema,
não me tema,
nem a minhas palavras soltas,
às vezes falo sem razão nem caminho,
sai automaticamente de mim, como um gatilho solto, destravado,
não consigo causar algo de ruim a ninguém, nem uma mosca,
normalmente sou apenas fogo na palha, mas que se não tiver um motivo,
se extingue rapidamente, chega e some sem avisar nada, fogo tolo,
se deixando levar pela brisa calma, enfrento com fúria,
mas sem motivo verdadeiro, apago muito fácil,
mas se me enfrenta realmente,
deseje muito vencer,
precisará,
não abro mão,
não desisto tão fácil assim,
preciso do menor dos motivos pra continuar,
e um menor ainda pra arrancar corações e almas,
o fogo que corre em minhas veias,
o sangue que aqui borbulha,
é de Touro,
Fênix,
e de dragões,
de múltiplos guerreiros, nenhum príncipe,
não caio na tentação de ter tudo,
senão não terei nada a buscar, apenas a decepção,
irei cansar do que amo, do que gosto, de tudo.

Não,
nunca fui herói,
e nem pretendo ser um,
quero ser eu mesmo toda hora agora,
eu tentei ser o que não era uma vez,
acabei com o coração e um punhal em mãos. Apenas isso.
Fui abandonado, traído, decepcionado, motivo de piada e por quem dizia me amar.
Ela não era minha princesa, nem minha deusa, era apenas ninguém.
Um ninguém que me usou, mentiu, mostrou a cara,
a cara repugnante da Medusa, da mentira,
da traição e da comédia.
Viveu pra mentir.
Ela...

(Allan Wagner, 19:52 – 20:32, 06/10/2010)

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