sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Lâmina e Nuvem.

(...)

'Primeiro pensei o que te daria de presente, pensei em te dar sofrimento, incontáveis dores... Então pensei bem e irei tirar tudo o que é importante para você, decidi por um fim a seus amigos, sua família, seus amores, tirar tudo que lhe tem algum valor.'

Então ele baixou a cabeça e lhe respondeu.

'Não vai conseguir fazer isso, teria que se livrar de tudo o que existe.'

Sorriu, ergueu a cabeça e fitou bem seus olhos.

'Não há nada que não seja importante.'

(...)

(Allan Wagner, 12:13 - 12:18, 29/10/2010)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Suficiência.

Você entende o que é dor?
Talvez entenda o que se passa em mim.
Não, não entende, nunca entendeu.
Nunca desejou entender.

Me viu como a tua salvação,
se apoiou em mim quando precisou,
mas no final esqueceu de todo o apoio,
esqueceu o que sacrifiquei por você.

No início nossa crença era pura e real,
tudo que fazíamos nos bastava,
tínhamos o silêncio por não ter o que criticar,
e mesmo que quizessemos, nossos olhares bastavam...

Eu sempre pensei que fosse o suficiente,
sempre imaginei que fosse o que procuravas,
e você dizia que, lá no fundo, eu era tudo o que você precisava.
Então por qual motivo você foi procurar algo melhor?

Eu sempre pensei que era o suficiente.

Mas o suficiente não era o bastante.

(Allan Wagner, 23:12 - 23:23, 28/10/2010)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sete Anos.

Andei ouvindo canções antes de te perder,
e em todas elas eu descobri qual seria o final de tudo isso,
eu teimava em crer que tudo mudaria,
mas o que eu não sabia é que havia acabado há algum tempo...

Você havia encontrado um passado,
um passado recente que te satisfez,
e você decidiu arrumar colocar erros em tudo,
e focou naqueles pequenos erros que nunca nos incomodaram...

Mas eu fiquei no silêncio,
eu guardei tudo que eu passei contigo,
tudo o que eu aguentei, tudo o que suportei,
e sei que você não suportaria ouvir...

Você sempre foi uma fraca e infeliz,
sempre achou que o que tinha bastava, mas desejava o que não tinha,
era frígida, tinha medo do meu corpo, tinha medo do meu toque,
tinha medo da dor que meu corpo causaria ao tocar no teu,
eu nunca me satisfiz com você.

Você nunca me quis de verdade.
Você nunca me desejou de verdade.
Você nunca precisou de mim.
E eu nunca deveria ter esperado sete anos imaginando que precisava de você,
e você não precisava fingir, que precisava de mim.

(Allan Wagner, 02:32 - 02:38, 27/10/2010)

Onde Anda?

Você não deveria ter chegado,
e, ao chegar, não podia ter partido,
tornou uma impossibilidade em realidade,
mudou meu estado pra país,
meu país girou num continente,
que logo se tornou um planeta...

Você chegou,
rimou amor com dor,
falou a língua que queríamos pra ninguém nos entender,
juntou o ardor e o calor,
e os alterou no frio,
no frio gélido de me deixar sozinho,
e então ali eu fiquei no meu estado de esperança,
e você não voltou, não mandou nenhum sinal!
Me manteve em animação suspensa,
num estado sobrenatural...

Então eu decidi não esperar,
decidi que seu momento já havia passado,
e que ele nem veio,
sem início, nem ventre, nem meio,
me mantive seguindo sorrindo,
talvez tenha guardado a esperança dentro de mim,
talvez tenha guardado você enfim,
mas chegou um momento,
que você saiu e decidiu não voltar...

Alguém chegou e te expulsou,
se deu a mim de corpo e alma,
primeiro o corpo, aproveitamos a entrega total,
e depois a alma, em sua pureza angelical...
E agora, mais que nunca,
estou entregue...

E você? Por onde anda?
Não me permito te querer de novo,
nem quero te querer de novo,
mas pelo momento que passou,
e talvez até pelo bem que me fez,
onde está você?

(Allan Wagner, 20:22 - 20:30, 26/10/2010)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Fé (Nada a Temer).

Estamos tão perdidos e cansados, pagando o preço,
o medo chega a ser algo exagerado, e parece inspirar,
Procurando a quem culpar...

Isso pode parecer muito dificil agora,
mas sinto que nós não devemos viver assim...

Não quero que venha me dizer que já é tarde demais!
Eu também sinto isso, aprendemos que todos amam odiar,
e odiamos quem deixa que os outros mostrem o caminho...

Buscamos encontrar, o amor, a vida? Ambos com uma nova mente.
E nós jogamos ainda mais, cantando aquelas canções de ontem,
enquanto muitos ficam em nosso caminho, e não passam de vozes sem uma palavra a dizer...

Muitos dizem que a vida é um favor, e alguns não tem tempo,
Limpam-se e beijam o altar, saúdam o poderoso 'pai',
E essa amor te mantem cego!
Continuamos com as mesmas questões, nós continuamos perguntando,
mas nosso amor nele nos impossibilita de ouvir as respostas, pois temos medo do que vamos encontrar...
Nós agimos e compensamos todas as nossas falhas através de nossa conturbada fé,
aquela que deveria nos manter salvos, continuamos a procura de um sinal, um único maldito sinal!

Dizem que Não haverá outro dia, as estações não mudarão,
eu apenas sei que ninguém vai nos salvar dessas mentiras...

Você conhece a melhor história já contada, guardada em um livro de capa dura,
só você que o fez, aqui ao eu lado essa história será combatida e não temida,
propositalmente...

E continuamos logicamente nos arremessando ainda mais,
Gostamos de cantar nossas canções de ontem, afinal, nada tem todo um motivo,
enquanto muitos ainda ficam em nossos caminhos, apenas vozes sem nada concreto a dizer...

(Allan Wagner, 05:32 - 05:46, 25/10/2010)

Se Vale a Pena.

Acredite em mim quando eu vier a você,
eu prometo que tentarei entender.
Acredite em minhas palavras quando eu disser a você,
que não sou capaz de matar um homem.
Mas saber que há outro te segurando apertado,
Machuca... durante a manhã e a noite...

Nosso vínculo foi desfeito,
a promessa que você me fez,
todas as palavras que já foram ditas,
sei que não posso ser seu escravo...

Saber que toda a confiança que você teve em mim se foi,
Machuca... não importa se for pela manhã, ou a noite...
Decidi apenas sonhar que você estava do meu lado na noite passada,
com toda sua ternura doce e amorosa, vencendo o meu orgulho tolo...
Mas quando acordei e não encontrei você ao meu redor,
percebi que foi apenas uma velha lembrança, e percebi o quanto eu me importo...

(Allan Wagner, 20:21 - 20:30, 24/10/2010)

sábado, 23 de outubro de 2010

Tempestade Divina?

A tempestade cai sobre a minha cabeça,
dá pra sentir o meu espírito rachar,
Dói,
Você pode ver, eu perdi todas as minhas crenças,
Quando me dei conta do meu grande erro...
E quando o tempo esclareceu tudo,
tudo ao meu redor ficou preto, branco e imóvel...

Eu já não creio e não rezo,
Se você me mostrar como viver te prometo que não vou te abandonar...

Preciso me afastar da tempestade, preciso que tudo se torne claro,
Quero sentir meu espírito se libertar...
Pois quando encontrei a minha realidade, percebi que ele a levou...

Dizem que eu preciso de amor, dizem que o amor é algo divino,
Quero que me perdoe agora, eu vejo pois antes estava cego,
Me dê esse tal amor, talvez ele me ajude a descobrir meu nome...

(Allan Wagner, 03:15 - 03:22, 23/10/2010)

Segredo.

Você talvez deva me conhecer,
eu sou um dos seus maiores segredos,
você me conhece,
sou seu segredo,
Eu pertenço a você...

Olhe só para mim,
me nomeou um guardião,
estou marcado para as 2h32 da manhã,
e você estará aqui,
eu sei que estará...

Sou um dos seus grandes segredos,
e pelo que eu vejo,
você está fazendo tudo para guardá-lo das pessoas que conhecemos...
Pois é, vem fazendo isso muito bem...

(Allan Wagner, 23:52 - 23:59, 22/10/2010)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Dança dos Mortos.

Os Homens mortos celebram,
como no final de um longo capítulo eles desaparecerão,
eles não podem esconder; sua carne podre!

E sua banda toca uma música cheia de esperança,
o champagne parece água, bebem como se não fosse nada, assim eles se socializam,
o brilho em seus olhos escondido na luz...

Carne rasgada e ossos cobertos por belos ternos,
com as cicatrizes visiveis, elas se multiplicam.
Uma bomba relógio foi reconhecida por um deles e pressurizada,
não há lugar para se esconder, ela está engolindo a luz!

Sinto uma força descomunal próxima, e está muito tarde para mudar,
está muito tarde para fugir ou se arrepender.

Tudo está pago, mas apenas por essa noite,
enquanto a festa dos dançarinos mortos continua em suas lápides.
As bebidas esta noite são de graça, então relaxe,
Aproveite a visão dos dançarinos mortos...
E enquanto aquele mundo que construíram lhes pediu que mudassem,
e enquanto aquele o que construíram lhes ordenou que escutassem,
Eles ficaram do mesmo jeito, e assim a meia noite chegou,

Eu?
Vou ficar numa sala assistindo aos dançarinos mortos em suas lápides.

(Allan Wagner, 05:42 - 05:57, 21/10/2010)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Armas.

Era um grupo pequeno, quatro ou cinco no máximo, mas andavam devagar e silenciosamente. Atravessavam a passos lentos uma auto estrada, haviam carros e motos parados e semi-destruídos por todo o percurso.
Um dos integrantes chutou forte algo que parecia ser uma jante de carro e xingou alto.

- Calado, se eles nos escutarem estamos todos mortos – falou o mais baixo do grupo, aparentava seus cinquenta anos.
- Obviamente que estamos, Carlos! Você com toda sua 'experiência' disse que devíamos deixar as armas naquele maldito vagão! OK, vamos atravessar uma auto estrada a pé, durante a noite e desarmados, enquanto um bando incontável de mortos-vivos estão por aí! Muito inteligente vindo do 'Senhor Experiência'! - ralhou o que o seguia de perto, era jovem e moreno, não parecia ter mais que vinte anos.
- Calados os dois! Carlos e Ruivo! Aquelas coisas são cegas, mas, de algum modo, não são surdas! Então calem suas bocas. - disse uma jovem que seguia logo atrás, aparentava ter acabado de fazer dezoito anos. Longos cabelos ruivos e olhos castanhos, era bonita e alta, parecia uma modelo ou algo do tipo
- Você ouviram esse velho? Seguiram mesmo as ordens dele? - disse o quarto integrante, um homem elegante, de terno e gravata. Parecia ter por volta dos trinta anos – eu trouxe comigo uma das pistolas ou seja lá o que for isso – e mostrou o objeto prateado posto toscamente no cinto.
- Nossa! Eu não notei Sr. Marques! - comentou a última do grupo, uma senhora, com aparentes cinquenta, sessenta anos.
- Seu grande idiota! Essas armas serão nossa perdição! - disse o velho.
- Porque? Se essas coisas vierem para cá temos como nos defender! Melhor que esperar que eles ataquem sem que possamos fazer nada! - disse Marques olhando para as duas mulheres – pensem nisso, as primeiras a morrer serão vocês duas, Ofélia e Natalie, ninguém vai se preocupar em salvar vocês!.
- Fale por si Marques! Não tenho o interesse de abandonar ninguém aqui, a não ser você! - disse Ruivo encarando o homem bem vestido.

Um estalo seco ecoou pela auto estrada, o velho Carlos dera um soco na nuca de cada um dos rapazes. Todos se entreolharam e continuaram andando vagarosamente.
Cerca de cem metros depois encontraram uma caminhonete grande completamente aberta.

- É seguro? - perguntou Ofélia, a mais velha.
- Obviamente não – disse Marques com os longos braços cruzados.
- Se não houver nada por ali podemos entrar no carro e dormir um pouco, estamos andando a mais ou menos doze horas sem parar... desde que 'paramos' naquela lanchonete lá atrás, comemos mal e até agora não dormimos... - falou Natalie, coçando os olhos.
Bem, o cara armado é o Marques, ele vai até lá e vê se está tudo bem – sorriu Ruivo.
- Eu? Logo eu?
- Obviamente, você decidiu trazer a arma, então você é o nosso 'protetor' – brincou Carlos.

Marques deu dois passos adiante, vasculhou o veículo e nada aconteceu. Virou-se sorrindo e foi puxado violentamente para dentro do carro, deu dois tiros contra seu agressor, o som dos tiros ecoou pela auto-estrada que em poucos segundos ficou lotada de mortos-vivos.

O grupo acabava ali.

(Allan Wagner, 22:00 – 22:28, 20/10/2010)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Alvo Fácil.

Quantos sabiam de tudo?
Quantos se fingiram de mudos?
Acho que eles estavam tão errados.
E ela nunca está de bom humor!
Odiar agora, chamar quando eu tiver feito algo errado.

Meus pedaços estão caídos por aí.
As peças dos quebra-cabeças ainda riem da minha cara.
Elas sabem o que eu fiz, mesmo que eu não saiba, já podem prever o que acontecerá!
Eu prevejo, é só você continuar assim...

Minha cabeça agora está acesa, e eu quero sair.
Fiquei sozinho, e sou um alvo fácil
Ouço os tiques e taques do Metrônomo, agora eu quero sair!
Estou solitário e sou um alvo tão fácil...

Os sonhos que temos com a TV são os mais loucos, mas são os mais reais.
Sonhei com comida e cavidades, elas mastigavam as palavras, e as lágrimas surgiam...
Vi que ele não se sente tão bem, nem se sente mal, não como deveria estar.
Eu também não me sinto tão bem, muito menos me sinto mal, não como acho que deveria estar...

Agora paro aqui.
Você alguma vez já me ouviu?
Acho que não.

Só não fique parado, se mova, arrume alguém.
Pois se você estiver sozinho, vai ser um alvo fácil.

(Allan Wagner, 04:52 - 05:01, 19/10/2010)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Coisas.

Quero ser muitas coisas e todas pra você...

Para os seus olhos, decido ser a interrogação,
a dúvida e a novidade...
Quero sempre estar de um jeito novo pra você me ver, mesmo que seja do jeito antigo.

Para o seu corpo, ser o perfume,
ser aquilo que nunca é doce demais, para que você enjoe de mim,
nem posso ser azedo a ponte de não me querer.

Pra sua mente, decido ser a inspiração,
o bom motivo de pensar em coisas boas,
de querer seguir em frente, de olha pra vida de verdade.

Quero ser seu verdadeiro vício.

Mas também não quero muitas coisas.

Não quero ser o motivo de suas lágrimas,
nem o motivo de suas preocupações.

Não quero te dar algo que não queira,
nem arrumar uma responsabilidade que não deve ter agora.

Não quero ser o motivo da sua tristeza,
nem o motivo de sua raiva, muito menos do seu ódio.

Quero o bem, quero o teu bem, preciso ser o teu bem,
afinal, antes de você, por terem me abandonado tantas vezes,
eu não queria nada...

(Allan Wagner, 20:55 - 21:01, 18/10/2010)

O Ano.

Faz um ano que eu senti.
E senti isso queimar por dentro, me queimou como um sol nascendo!
E erguido no céu, ele levou a única coisa que eu amei!
Eu sei que, logo depois desta maldita noite, todo o seu poder vai destruir meu corpo...
Então não se preocupe, não ficarei bem, quando minha noite terminar, e eu pretendo deixar essa cicatriz em você.

Quando me sentir pra baixo, sei que vou precisar de você aqui,
noite após noite e, pra cada palavra que parecer ser insuportável,
deixarei nas mãos do destino...

Você matou o homem que te trouxe a salvação, acabando com sua dor,
ele não deve significar nada para você terminar tudo isso de uma forma tão vergonhosa!
Começamos tão jovens e ajudei você a crescer,
e fiz isso por amor.

Agora quero que viva sua vida em vão, e não tire isso de mim,
Você me rachou, então apenas se lembre,
Agora, eu sou seu inimigo.

Eu não mereço cair deste jeito por sua traição.

Veja a paixão nos meus olhos, eu vivi isso todo dia, mas você pôde passar por tudo isso tão longe...
Nos meus sonhos era você e eu estava lá. Via tudo se tornar real.
Assim como o tempo que cresceu em você, então me resta uma coisa a fazer

Acabar com você.

(Allan Wagner, 21:20 - 21:35, 17/10/2010)

sábado, 16 de outubro de 2010

Castanho.

Os seus olhos tem esse estranho tom castanho que fica me seguindo,
observando cada movimento que eu faço...
E por causa deles, todos os meus sentimentos de dúvida, foram apagados...
Acho que agora posso dizer que não posso me sentir sozinho com você do meu lado.

Você é única, e em você eu confio.

Passaremos por alguns bons e maus momentos, eu sei.
Mas esse seu amor incondicional esteve sempre em minha mente, na minha frente.
No final, você esteve desde o começo aqui,
e talvez esse amor sempre foi verdadeiro, assim como pode ser.

E talvez seja a hora de salvar meu coração,
talvez ele volte a pulsar com alguma força,
por que agora percebi que nada pode se comparar a você neste mundo...

(Allan Wagner, 21:40 - 21:46, 16/10/2010)

O Preço do Mal.

Agora que seus pesadelos vieram a tona...
Agora que algo te puxou pra baixo,
te acorrentou em frente ao Diabo,
saiba que você será seu convidado eternamente...

Paz de espírito? Aqui não se conhece essa sentença!

Odeio confundir sua mente,
mas descobri que há horas em que Deus não está ao seu lado,
ele te abandona te deixando apenas o gosto amargo.
Cinzas ainda queimam, tem um cheiro bom no ar,
E homens como você, possuem uma alma tão fácil de se roubar...

Fique na fila, eles pintarão números na sua cabeça,
te marcam pro abate.
Você será seu escravo até o fim dos tempos,
e Ele não fará nada pra impedir que você saia da loucura!
Ainda assombrado? Puxe logo o gatilho!

Você deveria saber bem o preço do mal,
e agora dói saber que você faz parte daqui, não é?
Agora não tem ninguém para chamar,
apenas todos a temer,
seu destino trágico agora parece tão claro, sim.
Esse é o seu maldito pesadelo!
Daqui você não pode levantar suado,
porque aqui não acaba,
vai ficar dançando com seus demônios,
suas maravilhosas criações!

Lute pra não falhar ou cair!
Ou você irá acabar como todos os outros!

Morra quantas vezes forem necessárias!
Encharcado em pecado, e sem respeito por outros!

Mate e sinta o fogo! O ódio!
Sua dor é o que mais desejamos!

E daí que está perdido?
Acerte as paredes com sua cabeça!
Queremos ver você rastejar!
Assim como todo mentiroso, você é substituível!

Eu sei que você anda ouvindo a voz Deles, enquanto eles chamam lá de cima...
Eles podem até parecer reais, mandando todos estes sinais do 'amor',
mas a vida é feita de escolhas, e você fez todas elas erradas,
eles não deram valor à sua alma, e agora, ela é nossa para fazermos o que quizermos!

Você deveria saber o preço do mal,
pois, agora e pra sempre, você faz parte daqui,
não é?

(Allan Wagner, 21:20 - 21:47, 15/10/2010)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Trabalho de Dramaturgia - 4º capítulo, 4 páginas – Misturando Textos.

Continuei ouvindo aquela respiração angustiada atravessar a parede, aquilo me assustava a cada passo.

Tudo continuava escuro, e sentia que, só por causa da situação, nada mudaria. O ar estava úmido e o fedor de algo podre parecia, a cada passo, mais forte. Minha garganta estava seca por causa do cheiro forte. Me perguntei como havia chegado ali... e pra que eu estava ali...

Eu errei bem na hora errada.

Parecia que o que eu precisava fazer era algo certo, era preciso, mas eu acabara de errar feio! Eu quero entender como eu fiz isso.

Não pensei duas vezes, corri como só eu sabia correr, bem mais rápido que todo mundo! Podiam mandar um Bugatti Veyron atrás de mim que ela não me pegava! Virei e nem olhei pra trás!

Pois nosso Senhor Ares, descera do Olimpo para nos auxiliar.

Algumas histórias corriam entre os soldados, alguns diziam que o general estava seguindo para o Olimpo para receber as bençãos dos deuses, ou talvez se torna-se um Deus como eles. Outras histórias diziam que ele agora entrava sozinho em batalhas em que centenas dos nossos não podiam lutar, estaria sacrificando sua vida, lutando sozinho para que poupássemos nossos homens... mas no final, descobrimos que o general apenas voltara para casa e estava com esposa e filha, aproveitando o luxo de suas vitórias.

Mas naquela tarde, ele havia chegado com o rosto marcado. Teria ele discutido com familiares? Assim como chegou saiu, o olhar dele percorreu o campo de treino e centenas dos nossos simplesmente o seguiram. Nossas tropas estavam alimentadas e prontas para qualquer coisa.

Então, a sineta tocou.

Saímos da sala de aula apressados pra tentar pegar uma bola cheia, queremos jogar queimada hoje, mas os 'garotos legais' sempre chegam primeiro!

Mas hoje, Ah! Hoje estávamos preparados! Pusemos cola-tudo em todas as bancas da sala de aula, e assim que a sineta tocou ninguém conseguiu se levantar além de nós! Está certo que a Musa da sala e outras três garotas ficaram só de calcinha... já que estavam de saia.

Naquele momento nos perguntamos se devíamos apreciar aquilo ou se corríamos... apreciamos por alguns segundos, suficientes pra se manterem em nossas mentes até o final do ensino médio! Saímos em disparada pro armário de bolas!

E depois de um minuto sem destino certo senti os pingos de chuva acertarem minha pele, em especial uma gota bem grande que socou meu couro cabeludo e escorreu até minhas costas, nossa, aquilo me deu uma agonia danada e me fez correr mais rápido que antes.

Comecei a ouvir passos furiosos atrás de mim, dei uma olhadela e vi alguns cães, pelo que deu pra notar, dois Pitbulls e um Rottweiler, e pelo bater das línguas em seus focinhos, estavam com muita fome! Eu também, mas acho que a última coisa que eu precisava pensar naquele momento era sobre comida! Mesmo que na minha cabeça só viesse a imagem de uma morena de quadris largos me servindo batatas fritas só de calcinha...

'O que está esperando?'

E nossos homens partiram em disparada, na direção dos pequenos vilarejos. O general ficou imóvel naquela colina. Dizimamos todos os vilarejos em menos de uma tarde... matamos todos os homens que poderiam erguer uma arma, já crianças e velhos foram poupados e deixamos que eles fugissem por entre a mata densa. As belas mulheres atenienses nos serviram bem durante toda a noite, seu sangue fora derramado ao amanhecer, assim que todos os nossos soldados se serviram com seus corpos.

Acorda!

Foi exatamente por causa de uma dessas que me meti nessa confusão! Três cães malucamente famintos foram soltos por uma baixinho metido a gângster e agora estavam me caçando!

Eu não devia ter me metido com aquela garota, não mesmo!

Tudo bem, ela é linda, a pele branquinha, cabelos negros encaracolados até bem perto da cintura, quadris largos, um bumbum lindo – bem do jeito que eu gosto – e seios que cabem na palma de minhas mãos... É um sonho, mas me ajudou a chegar nesse maldito pesadelo em que estou agora!

E ele, ele continuava no alto daquela colina.

Imaginei o que estaria pensando naquele momento... pouco depois do meio-dia ele desceu da colina e seguiu até o centro dos soldados.

Então eu apalpei as paredes, estavam úmidas e pareciam serem feitas de algum tipo de metal áspero, estavam geladas, praguejei baixinho, estava com medo que alguém indesejado ouvisse e também com raiva de mim mesmo naquela hora e não passava um segundo sem me questionar.

A respiração angustiada passou de quase inaudível pra uma respiração carregada e preocupada, estava acontecendo algo que eu talvez nem imaginasse do outro lado, a pessoa que estava lá, agora gemia baixinho, pedia ajuda, murmurava, como se estivesse há dias esperando alguém. A cada segundo era tomado, ao mesmo tempo, por medo e coragem...

Diante de tudo aquilo bem que ela podia ter me contado que o irmão mais velho dela era da mafia italiana - sim, aquela que a gente vê no Poderoso Chefão, eles tem até um Vito trabalhando pra eles! - e que eles se sentiriam insultados se eu não comesse a massa que a mãe deles fazia para as visitas, mas não! Ela esqueceu de me dizer essas pequenas coisas, eu poderia ter avisado a ela que era alérgico a massas e as pessoas não se incomodariam, não me olhariam com a cara amarrada, com os olhos cerrados e, definitivamente, não puxariam pistolas e soltariam os cães em cima de mim!

É de suma importancia saber que passei duas semanas sem encontrar o general depois do ocorrido... me lembro como se tivesse acontecido ontem...

'Hoje será o dia em que Atenas cairá!'

'Não passe daqui ou seu destino estará para sempre marcado!'

Ouvindo esse monte de besteiras senti que alguém passou rápido do meu lado, parecia estar brincando com minha falta de visão.

O coração acelerou e comecei a suar frio, quando estava sozinho procurando, tudo bem, mas naquele momento a angustia de saber que havia mais alguém ali me assustou... topei em algo e cai pesadamente no chão, exatamente em cima de uma poça de água, porém, ela fedia demais pra ser apenas água.

E enquanto corro penso seriamente que nunca mais devo me meter com uma garota que diga algo como 'meu irmão mais velho quer conhecer você, fica brincando, dizendo que seria legal ter o cunhado trabalhando junto nos trabalhos da família' e depois dá um sorrisinho bobo...

Eu devia ter desconfiado!

Mas não! A carne – e que carne – é fraca mesmo! Devia ter ficado com aquela guria da faculdade, tão linda quanto, a grande diferença era que era mais morena, cabelos cacheados e quadris menores! E aparentava gostar de mim... e tenho certeza que não tinha irmãos mafiosos ou algo assim!

E não demorou muito até que os grandalhões da oitava série apareceram e quiseram as bolas, mas dessa vez, não as abandonaríamos sem uma boa luta! Éramos apenas oito contra todos os malvadões das seis turmas da oitava!

Um segundo depois estávamos numa ferrenha batalha de bolas, sempre a bola acertava o focinho de uma aluno deles e retornava as mãos de um dos nossos! Porém, quanto mais atingíamos nossos inimigos com as bolas, mais deles pareciam surgir! Pareciam Zumbis ou Orcs enfurecidos! A cada dois que caíam três surgiam em seu lugar!

Sem que percebêssemos, alguns alunos de nossa sala – os poucos que haviam se soltado das cadeiras, inclusive a Musa, agora devidamente vestida com uma espécie de cobertor abaixo da cintura - passaram pelo ataque incansável de bolas e se juntaram ao nosso pequeno grupo! Agora éramos quinze!

Mas, opa, não ouço mais as patas dos cães estalando no chão, na verdade, agora que parei... onde diabos eu vim parar?

Um beco escuro... silêncio absoluto... tudo bem, nada de cães me seguindo...

'Pode sair agora, eu não sabia...'

Quem está falando? Nossa... é ela...

'Desculpe, nem imaginei que existia alguém que era alérgico a massas ou algo assim... vamos voltar, já expliquei tudo... e também já trouxemos os cães de volta.'

Andamos por dois dias, quando estávamos próximos de entrar nas terras da deusa Atena, de longe vimos pequenos vilarejos desprotegidos. O general olhou-os com profundo desprezo e seu olhar colidiu com o meu.

Ouvi eles... os gemidos agora eram mais fortes e altos, o barulho de algo arranhando as paredes ecoava na minha cabeça, era como se alguém estivesse tentando atravessar a parede e os passos que me assustaram estavam ainda mais próximos...

Não demorou muito, estávamos diante de uma cidadela, que, ao contrário dos pequenos vilarejos, possuía um pequeno templo... e um oráculo... uma pequena senhora, aparentando seus sessenta, setenta anos.

OK, agora eu volto... seguro firme na mão dela e voltamos pra casa dos pais dela... e olhem só... eles prepararam sorvete pra mim... agora sim, estou seriamente pensando em entrar na mafia... vou ter sorvete de graça!

No final reclamei da escuridão.

O Coliseu da Quadra da sétima série estava fervendo!

Amaldiçoei a coragem que me fez entrar nesse lugar no fim da rua.

Sorrimos e voltamos correndo para a sala...

Por muito tempo ficamos imaginando se, aquela batalha já não estava sendo planejada por anos, por gerações anteriores, mas nunca existiu um grupo com tanta vontade de mudança como o nosso...

O orgulho que há tanto nos foi tomado, agora havia sido estabelecido novamente, nenhuma outra geração de Nerds seria vista como desgraçada ou incompleta, éramos os novos semi-deuses daquele colégio.

(Allan Wagner, 20:52 – 22:12, 14/10/2010)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A Porta Que Ficou Aberta.

Só importa o que realmente restou,
e tudo que está em volta.
Eu quis esperar tempo demais,
agora sejam bem-vindos ao meu destino.
Tudo o que acontece é excitante,
esse é o momento,
não importa como, nem quem!
Eu sei que chegarei a algum lugar,
nessas horas eu sei o quanto sou forte.

Você sabe, já achei meu lugar.
Está atrás daquela porta.
Você sabe, que eu sei o que quero.

Eu seguro o que tenho,
e mantenho vivo tudo o que não quero,
sei que tem gente me chamando,
eu posso ouvir,
e eu sei mais que tudo.
Sou Indestrutível.

O último homem de pé.

(Allan Wagner, 06:15 - 06:21, 13/10/2010)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Nostalgias.

E de todas as nostalgias que passei,
estar ali me era mais que nostálgico.
Rodeado de brinquedos, doces, contos,
tudo o que fez parte de mim,
tudo que um dia, comigo, foi apenas um.
Meus desenhos animados favoritos,
meus bonequinhos e carrinhos mais amados,
minhas peças de montar,
meus bichinhos de pelúcia,
e até meus vídeo-games mais memoráveis,
lá estavam todos eles!

Há quanto tempo não parava pra ser criança?
Há quanto tempo não fazia uma cara mimada pra conseguir brinquedo, ou doce?
Não era eu durante todo esse tempo,
eu me deixei envelhecer,
esqueci que meu corpo e mente avançam na idade,
mas meu coração e meu espírito devem ser os mesmos de dez, quinze anos atrás,
ainda sou criança,
e não posso deixar isso de lado,
não posso deixar que o melhor de mim fique por aí, esquecido,
não dá pra deixar esse melhor de mim,
não posso, eu me recuso...

(Allan Wagner, 19:32 – 19:37, 12/10/2010)

Ordinário.

Quantos mais vão cair,
quantos vou ter que tombar?

Quantos vão ter flashs de realidade,
antes de saberem as reais consequências?

Quem mais vai querer saber,
antes de perder mais?

Olhem quem vem lá.
Sou eu.
Não passo de um homem comum, ordinário.

Quem eu vou ter que caçar,
pra acordar?

De quem terei que me afastar,
pra mostrar quem vale a pena?

Quantos terei que levar comigo,
pra que você abra os olhos e saiba que não é o melhor de todos?

Me olhe bem ao chegar,
você nunca será melhor que eu.
Pois eu sou o homem comum, sou ordinário.

(Allan Wagner, 11:59 – 12:10, 11/10/2010)

domingo, 10 de outubro de 2010

Trabalho de Dramaturgia - 3º capítulo, 3 páginas – A Estrela Cor-de-Rosa (Início, Meio e Fim).

Não era baixo, nem tão alto quanto os outros garotos de quinze anos... mantinha os cabelos longos como os do avô – até os ombros –, tinha a pele parda, olhos castanhos e era magro, pelo menos aparentava isso debaixo de todas aquelas roupas gigantescas. Carregava consigo uma mochila abarrotada de papel, e, debaixo do braço, uma flauta vermelha.
Caminhava calmamente naquela pracinha, nos últimos dias estava na mesma rotina, saia do colégio, passava em casa pra tomar banho, trocar de roupa, almoçar algo e logo depois estava atravessando a rua pra sentar naquele mesmo banquinho de praça.
Alguns diriam que era apenas um estudante que estava pirando por causa do vestibular ou um louco varrido que não tinha vida social. Mas ele não ligava pra o que as pessoas pensavam dele, estava decidido a esperar dia após dia naquele banquinho, baixava a cabeça e esperava...

Depois de meia hora olhando pro chão ele ergueu a cabeça, procurava algo... mas não achava, dedilhava bobamente a flauta vermelho-sangue e tinha o olhar apreensivo. Jogou a flauta na bolsa, coçou a nuca, tamborilou os dedos no banco, levantou-se, andou de lá pra cá, chutou uma ou duas pedras e então olhou para o relógio... haviam se passado apenas treze minutos... suspirou enquanto olhava o céu e sentou-se novamente. Olhava pra os lados e as crianças que brincavam no escorregador atrás dele riam enquanto se divertiam. Ele ainda estava lá, esperando.

'Você me prometeu a estrela cor-de-rosa'.

Uma voz doce o surpreendeu, num salto caiu do banquinho e logo abriu um largo sorriso.

Ela era um pouco mais baixa que ele, pele cor-de-mel e olhos castanhos, lábios carnudos e o narizinho arrebitado o deixavam hipnotizado. Os longos cabelos castanho-escuros estavam amarrados numa trança que batia em sua cintura. Vestia uma blusa branca leve e a calça jeans de sempre, acompanhada de sandálias vermelhas. Carregava a bolsa do colégio... tinha demorado um pouco mais na aula, o professor decidira segurar a turma dela devido a bagunça. Ela o ajudou a se levantar e o abraçou, como se sentisse saudades.

'Eu sei, mas não posso te entregar hoje...'

'Tudo bem, mas eu quero ela até o final da semana tá? Você me prometeu.'

'Tudo bem, até o final da semana, eu te dou a estrela cor-de-rosa...'

Então ela saiu pelo lado oposto da praça demostrando um sorriso. Ele sorriu como se tivesse ganhado um beijo... ela finalmente dissera mais que duas palavras a ele, era quase como um sonho bom, e o sorriso dela? Ah! O sorriso dela o deixaria feliz até o fim dos tempos!

Puxou a flauta da bolsa.
Começou a tocá-la.
As crianças pararam de brincar e olharam para o garoto.
As mães das crianças pararam de conversar e viraram os rostos para ele.
No sinal do outro lado da rua os motoristas que estavam parados, olharam.
Um grupo de adolescentes que jogavam bola na quadrinha da praça interromperam o jogo pra ouvir.
Até pequenos sabiás silenciaram pra ouvir a melodia.
A única coisa que agora estava entre o som da flauta e o silêncio eram alguns motores ligados dos veículos.

Parecia mágica o modo dele tocar a flauta, como se apaziguasse tudo a sua volta. Agora os motores pareciam estar desligados, só se ouvia o som da flauta...

Então ele parou de tocá-la.
E todos voltaram a fazer o que estavam fazendo.
Ele não notou o que havia acontecido, levantou-se e voltou pra casa, do oitavo andar de um prédio próximo da praça, alguém o observava...

Já passavam da meia-noite da quarta-feira. Ele estava pulando o muro da sua própria casa para sair... carregava apenas sua flauta, mais nada.
O frio o obrigava a se vestir com roupas um pouco mais pesadas. Um blusão do seu time de hockey favorito – era estranho saber que, no Brasil, alguém gostava de hockey -, uma calça grossa, meias e sapatos. Correu até a praça e sentou-se no mesmo banquinho.
Sabia que aquela praça não era segura depois das oito da noite, mas que lugar fora aquele seria seguro? Olhou para os lados e não viu ninguém, preferia aquele silêncio do que gritos e ameaças a noite.
Olhou para o céu.
Estava nublado e feio, nada poderia passar por aquelas nuvens, nem a Lua, e estávamos a duas noites da Lua cheia...
Puxou a flauta e começou a tocá-la.
Mas nada acontecia.
O silêncio continuava o mesmo, e, na verdade, parecia até mais calmo depois daquilo, mas o céu continuava o mesmo...
Levantou-se e voltou pra casa, pulou o muro e logo estava em sua cama, pensativo.

'Tenho duas noites pra entregar a estrela pra ela... e logo hoje, o céu fica nublado! Não acredito!'

Então caiu no sono... e sonhou... não 'sonhou', mas recordou o que havia acontecido a mais ou menos dois meses.

Estava voltando pra casa quando decidiu parar na praça, sentou-se no banquinho e viu as crianças brincando, esticou as pernas e espreguiçou-se. Bocejou alto e coçou os olhos. Olhava de um lado pro outro mas não via nada de interessante, sabia que todo dia ela passava por lá, mas há algum tempo não a encontrava...

Então ela passou.

Olhou pra ele e acenou com um sorrisinho discreto, estava acompanhada de um rapaz, talvez seu namorado. Ele sentiu um aperto profundo no peito na hora... então voltou pra casa e dormiu durante toda a tarde... quando acordou já passavam das sete horas, então decidiu arrumar as coisas no quarto e achou sua velha flauta doce. Tinha um tom de branco morto e aquilo o incomodava. Procurou por alguma tinta entre seu material de desenho e mergulhou a flauta numa tinta vermelho-sangue forte... aquela cor chamava sua atenção.
Eram oito e meia quando decidiu dar uma 'escapulida' de casa e foi até a praça. Sentou-se no mesmo banquinho e desejou, desejou muito que tudo aquilo que ele vira naquela tarde não fosse verdade, que ela não estivesse com ninguém... decidiu começar a tocar a flauta...
No início, era um tom feio, triste, mas em poucos minutos parecia ter relembrado tudo o que sabia sobre flautas, e um pouco mais... sentiu como se o mundo coubesse em suas músicas, então, numa melodia mais triste, olhou para o céu e desejou forte. Uma estrela então, do nada apareceu...

Uma estrela cor-de-rosa.

Ela piscava e iluminava de acordo com a música, então ele a sentiu cada vez mais próxima, e cada vez menor, mas com um brilho infinito. Então parou de tocar e a pequena estrela que descera dos céus estava na sua frente, como se sentisse, a estrela pareceu sorrir e logo voltou ao céu...

Noite após noite ele voltava e fazia a pequena estrela descer, dançar e sorrir, até nas noites mais nubladas ou sem estrelas... então, há uma semana, perguntou para a estrela...

'Poderia te prometer a alguém?'

'Se for para algo puro, estarei prometida a quem você quiser...'

E desde então a estrela não aparecera mais para ele. E por mais que ele tocasse, por mais que ele quisesse, ela não aparecia.

Acordou.

Fez tudo o que vinha fazendo durante a semana, escola, almoço, praça, encontrar ela, tocar, estudar, jantar, fugir, tocar a noite e voltar frustrado. Quinta-feira e nada da estrela. Tinha apenas mais um dia, não, tinha menos de um dia pra conseguir a estrela pra ela, mas não sabia o que fazer...

Algumas horas haviam se passado... e agora ele estava naquele banquinho esperando ela para dar a má notícia, mas ela não apareceu. No fundo ele tinha algumas incertezas sobre aquilo, e certezas inda mais dolorosas do motivo dela não aparecer...

Primeiro, ela estaria apenas tratando-o como amigo, e, como prometera um presente, estava ansiosa, apenas isso... segundo, ela teria perdido uma aposta com amigas e agora era obrigada a falar com ele todo dia... terceiro, e talvez a pior certeza: estaria com o namorado, enquanto ele estava ali, esperando-a, como não deveria fazer, como fazia já a dois anos, sabendo que não tinha chances, apenas esperava...

Era oficial, ela não viria, as crianças já se arrumavam com suas mães para irem embora e o céu já estava escuro, algumas luzes da praça já estavam acesas, os carros passavam em menor fluxo e os rapazes já não jogavam bola, era hora do jantar.

Então tocou sua flauta, mas dessa vez era uma melodia triste, não fúnebre, mas tão triste que faria as nuvens chorarem, tão pura que traria a vida as paixões mais ardentes, mas tão triste que abateria a luz do Sol, ocultaria o brilho a Lua, tão pura que faria com que olhares fossem mais que suficientes pra dizer tudo, mas tão triste que apagaria as estrelas do céu...

Eram oito horas e ele não voltou pra casa. Decidiu ficar por ali. Sua mãe ligou pro celular e ele apenas respondeu que estava estudando, aquilo acalmaria sua mãe.

Então olhou para o céu e respirou fundo, tomou coragem pra levantar e o fez, mas antes que saísse alguém o abordou, era ela. Ele não quis olhá-la nos olhos, não tinha a estrela cor-de-rosa. Então ela o abraçou e agradeceu em silêncio.
Abriu as mãos e lá estava a pequena estrela, brilhando, pulsando como um Sol...

'Ele veio até mim hoje a tarde, disse que estava ouvindo uma música muito triste.'

Ambos sorriram, ela soltou a pequena estrela que retornou feliz ao seu lugar, e os dois, depois de tanto tempo, por mais que quisessem falar tudo, não conseguiram dizer nada, pois seus olhares diziam mais do que as palavras podem expressar.

(Allan Wagner, 19:32 – 20:45, 10/10/2010)

Flores no Deserto.

Segredos ocultos pelo tempo,
sonhos que foram abandonados,
deuses andarilhos nas areias,
sonhos que envolvem amor,
que envolvem pássaros,
que nos dão asas,
são todos flores no deserto.

Como promessas gastas com quem não devemos,
assim como pássaros não queimam em seu planar,
como animais que não podem se alimentar de seus próprios sonhos,
seguindo plantas que desejam andar,
tudo o que não vale a pena,
são flores no deserto...

Os deuses traindo nossa confiança, traindo aqueles que lhe são devotos,
roubando nossas vidas, nosso tempo, nosso amor,
que deveria ser dado de bom grado,
como aqueles que não são bons,
aqueles que apenas nos traem,
tudo,
todos,
são flores no deserto...

(Allan Wagner, 11:23 – 11:30, 09/10/2010)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Por Um Pouco de Paz.

No começo do dia pensou que não iria fazer nada. Acordou tarde e não caminhou no parque, sentiu uma preguiça gigantesca lhe tomar o corpo... levantou-se lento, foi até a sala e recostou a cabeça na poltrona. Esperou o tempo passar enquanto assistia televisão, as férias haviam começado e ele tinha um prazo de dois meses pra entrega de um trabalho, mas o trabalho já estava pronto. Assustou-se quando recebeu uma ligação, que na verdade ele sabia que iria receber, mas esquecera totalmente.
Sentiu-se animado novamente, arrumou-se e saiu pensando em outras coisas, encontrá-la foi melhor do que esperava...
Mas, é claro, se perdeu primeiro do lugar marcado e levou um banho de um ônibus. Mas logo depois a achou e decidiu comprar algo pra se vestir, ela ajudou.

Conversar, a quanto não conversava sinceramente com ninguém?
Simplesmente por não ter com quem conversar.
Queria.
Mas não esperou nada.
Estava conversando.
Estava bem...
Mas ouviu um segredo...
Um segredo, que, no final ele não sabia se queria ou não ouvir... mas no fundo queria, sentia-se importante pra ela, sentiu-se bem de saber que ainda confiavam nele. Aquilo fazia ele se sentir o mesmo de novo...
Mas ao mesmo tempo sentiu raiva com aquele segredo.
Não, raiva não. Sinceramente, pode-se dizer que o que ele sentiu foi ódio. Ou algo pior... não lembrou de ter sentido nada assim antes...
Sentiu que deveria caçar quem fez tanto mal. Que deveria puni-lo, machucá-lo. Mas não sabia como, nem se era a ação certa a tomar...
Não sabia explicar, mas sentia que aquilo era bom, não por ser um sentimento ruim, mas por sentir que aquilo acontecia por que ele se importava e há tempos ele não se importava com nada.
Suas mãos tremeram, segurou os próprios braços para que eles não fizessem movimentos bruscamente violentos, segurou o que sentia pra não explodir de raiva e lembrou-se como aprendeu a conter esse temperamento explosivo, sentiu que não poderia levantar de onde estava.
Sentiu-se incapaz.
Passou tanto tempo longe que até não se achou no direito de saber daquilo.
Também não acreditou que aquela pessoa tão forte e decidida que conhecia passara por aquilo e havia se mostrado tão inocente. Não a culpava, pelo que conversaram, sabia o que ela havia passado antes, pelo que o coração dela havia passado, a confusão deixara ela fora de si, semelhanças que o coração dele já passara e de como ele mesmo já havia estado antes.

Estava sendo inundado por um misto de milhares de sentimentos e princípios.

Pensou em muita coisa em muito pouco tempo.
Na despedida, pediu desculpas por pensar numa chance que, talvez, nem exista.
Agradeceu por revê-la, mesmo que numa condição que não esperava ver para amigo algum. E queria revê-la o mais cedo o possível. E veria.
Chegou em casa e passou a tarde fazendo uma das coisas que ele faz de melhor: escrever. Se expressar sem ninguém ouvir. Expressão no silêncio. Escreveu uma mensagem pra ela e pediu que tudo desse certo. Contou a ela como foi o dia na visão dele. Tentou mandar por e-mail, não sei se conseguiu, está esperando chegar a sexta-feira, quem sabe para entregá-la a mensagem, ou não sabia como entregar...
Sentiu uma pontinha de ressentimento, por, infelizmente, naquele momento, não poder fazer mais nada além daquilo pra ela.
Só queria que ela estivesse bem e dormiu em paz.
E pediu a Ele que ela também descansasse em paz, que tudo desse certo nos dias seguintes, dormisse bem e estivesse em paz...

(Allan Wagner, 19:32 – 19:47, 08/10/2010)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Desaparecer.

Eu passei meus dias trabalhando
e decidi te deixar entrar em meus pensamentos,
eu pensei até em deixar de lado,
antes que você estivesse próxima demais,
mas você pensou mais rápido que eu
fazendo o mesmo...

Continuei distraído,
e você realmente sumiu,
eu fiz caras feias,
procurei por algum sinal seu,
e você simplesmente desapareceu...

E todos me peguntaram se eu iria em frente,
então percebi que você preferiu não lembrar de mim,
eu continuei, e se esse for seu desejo,
desapareça pois eu ficarei.

(Allan Wagner, 05:13 – 05:18, 07/10/2010)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Trabalho de Dramaturgia - 2º capítulo, 2 páginas - Talvez Só Por Hoje (Ritmo).

Hoje.
Quem sabe amanhã.
Não há alvorada certa agora.
Se ela precisar de mim irá chamar.
Já nem me importa mais.
Realmente importaria? Talvez...
Mas,
levantando mais cedo,
eu notei uma pequena diferença,
uma diferença entre o que nós fomos,
um pro outro não fomos quase nada! Simplesmente nada...
Então de onde vem toda essa vontade? Toda essa saudade? Tudo?
De canto nenhum, vem e vai sem motivo ou razão certa... sinto raiva.
E no fundo sei que essa raiva não tem razão nenhuma.
Não deveria existir, e não existe, é apenas ilusão,
Criada por todas as saudades que sinto...
Não há um novo dia,
Não pro passado,
Nunca.
Levantei até tarde,
decidi que não tenho motivo,
ficar chorando a toa? Pra que isso?
Por mim nunca mais sinto,
Fico onde estou.
Sozinho.
E pra acreditar,
não preciso de ninguém falando,
opinando e dizendo que estou certo, errado,
não sabem nada de minha vida, nem irão saber,
não lhes dou liberdade, nem amizade, nem razão, nada lhes devo.
Quero que todos vão pro inferno, que é o lugar deles, com certeza.
Lá essas malditas pessoas se encontram, por acabarem com a paciência,
de pobres, doces e inocentes estudantes e almas achadas,
eles nos interrompem nos momentos mais impróprios,
gritando nos nossos ouvidos cansados,
jurando que salvarão,
alma,
eles querem isso,
dizem coisas sem nenhum sentido,
dizem que Deus está olhando por mim,
o coitado já está tão de saco cheio deles,
que aposto que nem lembra do resto, graças a todos eles,
e se por algum acaso ele verdadeiramente, realmente está por lá... sei lá.
Me tornei um descrente de tudo, tenho meu motivos. Muito plausíveis.
E nem você nem ninguém pode me fazer mudar,
seria necessária muita conversa desnecessária jogada fora,
pra no final você perceber,
medo,
inserem medos agora,
dizem que você não pode,
inventam o que você não deve fazer,
dizem que você será castigado, faça o que mandamos.
É isso o que eles querem que façamos, querem nos vender,
querem nos comprar, dizem que somos produtos do amor, produto do quê?
Dizem que Deus é o amor, e o temem, como podem?
Então o amor é algo perigoso, assim penso eu.
Se a maior representação dele é temida,
pra que devo crer Nele?
É mais seguro.
Descrença.

Tema,
não me tema,
nem a minhas palavras soltas,
às vezes falo sem razão nem caminho,
sai automaticamente de mim, como um gatilho solto, destravado,
não consigo causar algo de ruim a ninguém, nem uma mosca,
normalmente sou apenas fogo na palha, mas que se não tiver um motivo,
se extingue rapidamente, chega e some sem avisar nada, fogo tolo,
se deixando levar pela brisa calma, enfrento com fúria,
mas sem motivo verdadeiro, apago muito fácil,
mas se me enfrenta realmente,
deseje muito vencer,
precisará,
não abro mão,
não desisto tão fácil assim,
preciso do menor dos motivos pra continuar,
e um menor ainda pra arrancar corações e almas,
o fogo que corre em minhas veias,
o sangue que aqui borbulha,
é de Touro,
Fênix,
e de dragões,
de múltiplos guerreiros, nenhum príncipe,
não caio na tentação de ter tudo,
senão não terei nada a buscar, apenas a decepção,
irei cansar do que amo, do que gosto, de tudo.

Não,
nunca fui herói,
e nem pretendo ser um,
quero ser eu mesmo toda hora agora,
eu tentei ser o que não era uma vez,
acabei com o coração e um punhal em mãos. Apenas isso.
Fui abandonado, traído, decepcionado, motivo de piada e por quem dizia me amar.
Ela não era minha princesa, nem minha deusa, era apenas ninguém.
Um ninguém que me usou, mentiu, mostrou a cara,
a cara repugnante da Medusa, da mentira,
da traição e da comédia.
Viveu pra mentir.
Ela...

(Allan Wagner, 19:52 – 20:32, 06/10/2010)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Alguém.

Ele era tão bom quanto ela falava?
Alguém que sabia ouvir.
Alguém que fazia por amor.
Alguém que abria mão se fosse necessário.

Tudo que ouviu,
era como se ele estivesse sendo colocado lá no alto!
Mas logo depois,
levasse uma pancada pra cair de novo.

Queria dizer que era bom ouvir aquilo dela,
mas não era...
Assim como tantas outras coisas que ouvira,
e coisas que lera e que queria ter escrito antes,
queria ter aparecido meses antes
ou pelo menos dias,
queria ter voltado a si,
para encontrar todos
e no final ela também.

Mas, desta vez, não se pemitiu pensar nela,
não até chegar em casa de novo...
Fez isso uma vez e a viu se afastar,
pensou,
quis ligar,
desistiu,
parou,
pensou mais,
muito mais,
escreveu,
leu e releu,
corrigiu,
não agiu,
esperou,
enviou,
pensou mais,
cancelou o envio,
quis respeitar o momento e o tempo que ela queria dar a si mesma...
Preferiu não pensar de novo,
mas pensou,
viu o que era,
sabia o que era,
não só pra ela, mas pra tanta gente que passou por sua vida,
não importava o que fizesse,
sabia que não mudaria.

Era alguém tão especial,
era um amigo tão bom,
fazia isso tão bem,
que sentiu que se fosse mais estragaria tudo
ou não.
Ou não...

(Allan Wagner, 05:40 - 05:51, 05/10/2010)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Trabalho de Dramaturgia - 1º capítulo, 1 página - Máfia (Monólogo Interior).

Errei bem na hora errada.

Parecia que o que eu precisava fazer era algo certo, era preciso, mas eu acabara de errar feio! Eu quero entender como eu fiz isso.

Não pensei duas vezes, corri como só eu sabia correr, bem mais rápido que todo mundo! Podiam mandar um Bugatti Veyron atrás de mim que ela não me pegava! Virei e nem olhei pra trás!

Depois de um minuto sem destino certo senti os pingos de chuva acertarem minha pela, em especial uma gota bem grande que socou meu couro cabeludo e escorreu até minhas costas, nossa, aquilo me deu uma agonia danada e me fez correr mais rápido que antes.
Comecei a ouvir passos furiosos atrás de mim, dei uma olhadela e vi alguns cães, pelo que deu pra notar, dois Pitbulls e um Rottweiler, e pelo bater das línguas em seus focinhos, estavam com muita fome! Eu também, mas acho que a última coisa que eu precisava pensar naquele momento era sobre comida! Mesmo que na minha cabeça só viesse a imagem de uma morena de quadris largos me servindo batatas fritas só de calcinha...

Acorda!

Foi exatamente por causa de uma dessas que me meti nessa confusão! Três cães malucamente famintos foram soltos por uma baixinho metido a gângster e agora estavam me caçando!

Eu não devia ter me metido com aquela garota, não mesmo!

Logo eu? Um moreno brasileiramente problemático e com ideias demais na cabeça!

Tudo bem, ela é linda, a pele branquinha, cabelos negros encaracolados até bem perto da cintura, quadris largos, um bumbum lindo – bem do jeito que eu gosto – e seios que cabem na palma de minhas mãos... É um sonho, mas me ajudou a chegar nesse maldito pesadelo em que estou agora!

Ela podia ter me contado que o irmão mais velho dela era da mafia italiana - sim, aquela que a gente vê no Poderoso Chefão, eles tem até um Vito trabalhando pra eles! - e que eles se sentiriam insultados se eu não comesse a massa que a mãe deles fazia para as visitas, mas não! Ela esqueceu de me dizer essas pequenas coisas, eu poderia ter avisado a ela que era alérgico a massas e as pessoas não se incomodariam, não me olhariam com a cara amarrada, com os olhos cerrados e, definitivamente, não puxariam pistolas e soltariam os cães em cima de mim!

Enquanto corro penso seriamente que nunca mais devo me meter com uma garota que diga algo como 'meu irmão mais velho quer conhecer você, fica brincando, dizendo que seria legal ter o cunhado trabalhando junto nos trabalhos da família' e depois dá um sorrisinho bobo...

Eu devia ter desconfiado!

Mas não! A carne – e que carne – é fraca mesmo! Devia ter ficado com aquela guria da faculdade, tão linda quanto, a grande diferença era que era mais morena, cabelos cacheados e quadris menores! E aparentava gostar de mim... e tenho certeza que não tinha irmãos mafiosos ou algo assim!

Opa, não ouço mais as patas dos cães estalando no chão, na verdade, agora que parei... onde diabos eu vim parar?

Um beco escuro... silêncio absoluto... tudo bem, nada de cães me seguindo...

'Pode sair agora, eu não sabia...'

Quem está falando? Nossa... é ela...

'Desculpe, nem imaginei que existia alguém que era alérgico a massas ou algo assim... vamos voltar, já expliquei tudo... e também já trouxemos os cães de volta.'

OK, agora eu volto... seguro firme na mão dela e voltamos pra casa dos pais dela... e olhem só... eles prepararam sorvete pra mim... agora sim, estou seriamente pensando em entrar na mafia... vou ter sorvete de graça!

(Allan Wagner, 21:02 - 21:50, 04/10/2010)

domingo, 3 de outubro de 2010

Forte.

A ouviu no seu lamentar.
Ele a viu chorar e se arrepender por não aceitar o que havia acontecido.
A viu gelar com o lembrar do momento.
Por estar naquele local.
Não a encontrou quando, ao seu lado, o medo a tomou.
Não sentiu arrependimentos no que sentia e ao querer vê-la protegida.

Correu, sentiu a adrenalina, sentiu o próprio corpo novamente.
Sentiu fé, força, confiança em si mesmo.
Tudo parecia correr da forma mais pura por todo seu corpo.
Por ela sentiu-se o homem mais forte do mundo.
Invencível.

E a viu tão frágil naquele mundo.
Quis apenas estar com ela.
Quis segurá-la para que não caísse.
Mas ela não o faria, era forte.
Poucos passos bastavam para que saíssem dali.
Esquecessem que estiveram num pesadelo.

Viu-se forte.
Forte como amigo.
Sentiu-se um herói, não para ela.
Para ninguém.
Mas para si mesmo.
Forte, como sempre quis ser.
Forte, como sempre soube que era, graças a ela.

(Allan Wagner, 06:15 - 06:39, 03/10/2010)

sábado, 2 de outubro de 2010

Tempo Passado.

Aproveite o dia ou morra desejando o tempo passado...
Está vazio e frio, tantas pessoas continuam sofrendo...

Meus olhos queimam, e sinto minhas melhores memórias desaparecem no tempo.
Dizem que sou muito jovem para me preocupar, mas essas ruas em que nós viajamos sofrerão do mesmo passado perdido...

Eu encontrei você por essas mesmas ruas, então, eu imploro, fique por mais algum tempo.
Só consigo me mover com você por perto, eu te dou minha vida mortal, mas será que isto vai ser pra sempre?
O que não faria por um sorriso?
Talvez segurar tua mão até o tempo do tempo acabar!
Nós dois sabemos que um dia aquele dia irá chegar, mas, no fundo, eu não quero te deixar...

Meus olhos ainda estão queimando, e todas as memórias fogem com o vento.
Será que sou muito jovem para me preocupar? Talvez uma melodia, quem sabe uma memória, ou ficarei apenas com sua fotografia.

Que tal tentar aproveitar o dia em vez de reclamar o tempo perdido?
Eu sei que é vazio e frio sem você aqui, e as pessoas não param de sofrer...

Essa nossa vida é apenas uma velha fábula que teimamos em viver!
Se não precisamos ficar aqui, então para onde vamos?
Você me seguiria nessa jornada? Bateria de frente com os princípios da morte?
Mas, e se não houver vida eterna?

No silêncio você me perdeu, sem chance para um outro novo dia.
Eu decidi caminhar sozinho.
Jogando fora suas memórias, e sem chance de um dia te levar de volta para casa...

(Allan Wagner, 21:02 - 21:11, 02/10/2010)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Volta Aqui.

Olá, tenho esperado você aqui.
Por uma eternidade, vem cá, e se perca por aí comigo, Mas só comigo...
Bem devagar, como você queria que fosse, como sonhou em alguma noite de primavera ou algo assim.
Além de minha mente, eu também quero ouvir tua voz.

Se você respirar, talvez eu possa inspirar você...
E eu sinto que, agora, você sempre esteve aqui, na minha mente, eu inconsciente apenas aguardei.

E eu penso, será que quando estou cantando, é por de você?
Se tudo pudesse ser tão real para sempre, se tudo pudesse ser tão bom...
A única coisa que eu peço a você, é que você tem que prometer que nunca vai prometer quando eu pedir...

(Allan Wagner, 02:36 - 02:42, 01/10/2010)