terça-feira, 31 de agosto de 2010

O Dia.

O dia estava igual a qualquer outro e, entenda, se ele não mudou até agora, não mudará.

Dentro da sala de aula acabei divagando sobre os pequenos monstrinhos que vivem na minha cabeça, então decidi desenhá-los ou escrever sobre eles, mas só saíram bonequinhos de um joguinho de video-game que estou jogando no momento.

Ontem tive um dia tão exaustivo que não conseguia dormir de tão cansado. No final, acordei indisposto.

Enquanto meu professor de Dramaturgia (nosso estranhíssimo Michelotto) fala, reclama, comenta, explica, grita algum assunto de importância pra que eu passe nessa cadeira eu estou aqui, perdido.

Se não me engano, o assunto é sobre metáforas, mas hoje eu não estou disposto a prestar atenção a nada nem ninguém, exceto o minúsculo monstrinho marrom que salta de cima do ar-condicionado pro chão, num rappel radical. Alguns dos seus colegas estão no topo lhe dando todo o apoio necessário.

Meu caderno de desenho recebeu quatro contribuições interessantes hoje, moldes pra camisetas 'fofinhas', uma fusão maluca entre Little Big Planet, ACDC, Led Zeppelin, Jimi Hendrix e Beatles. Nada de realmente interessante no mundo da Dramaturgia.

Na outra janela, do outro lado do prédio, na sala de áudio 3 - ou 4, não sei ao certo - vejo algumas cabeças focadas num ponto definido no centro da sala, deve ser algo interessante, pois, as treze cabeças morenas, duas loiras e o blackpower feminino estão parados olhando, acho que o professor morreu e estão esperando pra ver quem será o primeiro a espetar o corpo com algo.

Alguém bocejou. É, a aula não está tão interessante, voltemos pra minha sala.

Mas continuo sem foco, já paguei meus cinco minutos há algum tempo, e por mais que eu goste da aula, hoje não dá. Os mostrinhos que saem que nem bolhas da minha mente estão fazendo algo bem mais interessante no momento... Só espero que eles terminem antes das seis, afinal, eu preciso ir trabalhar...

(Allan Wagner, 14:10 - 14:25, 31/08/2010)

Aula de 31/08/2010 - Metáfora (novamente) sobre Rafaela Carneiro (alguém troque ela de lugar!!! Rsrsrs...) - Leoa.

Lhe falta motivos pra ser fria, assim como os cabelos em chamas, alaranjados, remetendo a sua forte personalidade leonina.

Como a rainha da selva, de pelugem quase dourada, ela guarda uma força interior digna de seu posto no trono, domina ao som de rugidos agudos e um sorriso cativante, calmamente feroz.

A convivência com essa pequena rainha nos deixa a pensar que seu tamanho diminuto não é digno de sua força interior e personalidade, capazes de adentrar os Elíseos com o tamborilar de seus pequenos pés, bater de palmas ou estalar de seus dedos...

(Allan Wagner, 14:40 - 14:45, 31/08/2010)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Palavras.

Conheça bem seu inimigo, antes se conheça bem,
saiba bem quem você é, ou nada vai valer a pena,
Você continua um menininho, não mudou nada,
sem nada, você continua simples, não tem nada a perder,

Sobrou uma coisa, que ainda devo a você,
São todas as palavras, e preciso devolver.
Todas elas,
malditas palavras que são somente suas.

Pegue-as de volta.

Eu queria conhecer você melhor,
não queria dever nada,
Nem esconder tanta verdade de quem me conhece,
mas omitir não é um crime,

Sobraram muitas coisas, mas nada devo a você,
e as palavras boas, não precisa devolver.
Todas elas,
palavras vazias agora são somente suas.

Leve-as daqui.

(Allan Wagner, 05:55 - 06:02, 30/08/2010)

domingo, 29 de agosto de 2010

A Mais Bela.

Aprendi a acordar sentindo vontades que não sentia há tempos.

Acordei com uma nova música na minha cabeça, uma música mais interessante, mais jovial, menos preocupada com o mundo ao seu redor. Agora esta música que ouço me faz acordar bem, mesmo quando ela não está tocando na minha rádio, nem seu clipe na minha TV.

Foram seis anos sem escutar essa música, e, quando ela voltou a tocar nas rádios, voltou a me conquistar, mas estava diferente, sim, era uma regravação, só que pela mesma artista.

Agora ela se repete em minha mente, mas mesmo sendo a mesma, é diferente.

É uma música que não precisa estar o tempo todo na minha cabeça, ela está entrando aos poucos em outro lugar, se tornando uma daquelas músicas favoritas da gente, que, quando a gente menos nota, está cantarolando. Daquelas que passamos anos repetindo e repetindo, mas que nunca nos cansamos, como se sempre que cantassemos fosse a primeira vez.

É uma novidade tão antiga, é um dejavu tão novo, tão bela...

E no momento, na minha vida, não há nada mais bela, que ela...

(Allan Wagner, 21:03 - 21:08, 29/08/2010)

sábado, 28 de agosto de 2010

Toque o Chão.

Percebi que você me olhou,
e também que virou o rosto,
Meio perdida me procurava,
ao seu redor,

E todas que um dia amei,
passaram diante de meus olhos,
Não as encontro faz tempo,
mas nessa hora tanto faz,

Agora me tornei um homem melhor, pois achei coisas novas,
Descobri o que é realmente bonito, e é só o que é verdadeiro,
E andei procurando por boas razões pra viver, e vi que elas são fáceis de perder...

E quando chegou a dor de cabeça,
meu corpo todo pode sentir,
Percebi que era o início,
de uma coisa que deveria acabar ali,

Sou um homem melhor, achei uma coisa maravilhosa,
Sei quem é realmente bela, pois me é verdadeira,
Talvez você seja uma boa razão pra viver, só que se eu arriscar, não vai valer a pena te perder...

Se a chuva cair,
Quando ela tocar o chão,
Espero estar com você,
Mas não vou arriscar, pra não te perder...

(Allan Wagner, 06:07 - 06:14, 28/08/2010)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Confissões.

Como já deu pra se notar, não sou bom com crônicas, sinceramente, muitas vezes me acho melhor escrevendo músicas, poesias ou essas coisas que eu chamo de poesia.

Ando meio cansado do que acontece em minha vidinha, queria um feriado só pra recarregar... Trabalho em plantão durante a noite - das 19 às 07 - nem chego em casa e já penso em sair pra Universidade... Não estou conseguindo dividir meu tempo entre amigos e namorada e, acima de tudo, meu PS3 está parado a quase 3 semanas!!!

Nossa, estou ficando sem tempo pra mim? Ótimo, durante 5 anos desejei uma rotina pesada, sem tempo pra nada, pra me sentir vivo, me sentir novo, responsável, e irresponsável também...

Não ando desenhando nem escrevendo muito, mas me reservo aos cinco minutos, no mínimo.

Me sinto bem por não me sentir realmente bem. Estou feliz por ter que correr atrás do que quero... É ótimo...

Agora só me falta um apartamento só meu e um carrinho pra me levar pr'onde eu quiser...

(Allan Wagner, 22:10 - 22:17, 27/08/2010)

Aula de 26/08/2010 - Sobre Rafaela Carneiro.

Resumida em um metro e meio, um metro e cinquenta e cinco, talvez menos, com dezenove anos, mas aparentes quinze ou dezesseis e um sorriso de ponta a ponta do rosto essa pessoinha dá o que falar no curso de Artes Plásticas da Federal.
De longe, pode parecer uma pessoa deveras focadas em seus pensamentos e afazeres na Universidade, mas não se engane, o foco é rapidamente ocupado pelo bom-humor, faladeirismo e o jeito extrovertido de ser. Quem Rafinha não conhecer na Federal, não existe de verdade.

O bom humor que toma conta de duzentos por cento do tempo - exceto na TPM, quando passa de doce de leite pra Blanka do Street Fighter, soltando faísca pra todo lado - tem a aparência delicada de uma boneca de porcelana com grandes bochechas, mas de gênio e personalidades fortes, com defeitos bem aparentes - como a impaciência em alguns momentos - mas apaixonantes.

Todos os seus defeitos e qualidades a tornam amiga, irmã, e ganha amiradores, arrebata alguns corações e um babão em especial que, não importa o que aconteça, não consegue falar mal dela.

(Allan Wagner, 14:32 - 14:37, 26/08/2010)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Viva Meu Sono.

Caracartolas!!!

O dia passou bem rápido hoje...

Se resumiu a três ônibus e oito horas dormindo.

Não me lembro quando eu acordei, ou como eu acordei, mas lembro que em algum momento eu fiz isso. Acho que foi na hora em que meu irmão entrou pela porta rindo alto, ou quando Homer J. Simpson falou 'Doh!'... Não importa o momento, mas me lembrou que eu estava atrasado o suficiente pra aceitar água gelada no meio do meu crânio pra me acordar!

Que maldita fome!

Anda, anda, anda... Quarenta minutos de viagem e pão de queijo no almoço! Viva!

Nunca pensei que iria gostar tanto de um pãozinho mineiro...

Agradeço a Michelotto uma das melhores que aula que tive, e também a maior dor pós-alongamento da minha vida! Caraca! Não consigo ficar de pé de tanta dor na parte posterior da coxa, fisgadas pesadas e dolorosas me deixam em frente ao computador escrevendo besteira!

Assistindo o telejornal mais tosco que existe, e olhando agora pra qualquer lugar que me permita cochilar, vejo que meu dia foi inútil e sem nenhum sentido...

Viva meu sono.

(Allan Wagner, 22:13 - 22:21, 25/08/2010)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Rifle.

Não são meus olhos que estão vendo,
nem meu corpo que está sentindo,
meu desejo crescendo,
ou minha raiva transbordando,
é apenas uma ordem,
que teria prazer em desobedecer.

Aquilo que fiz ou deixei de fazer,
não me arrependo de nada.

Você sabe que eu nunca deixei aquele lugar,
e agora nem me importa mais,
não ande pensando que vou chorar,
nem achando que não sei lutar,
que tenho medo de correr,
fugir não é apenas pra covardes,
também é para aqueles que sabem que não é necessário morrer pra virar herói.

(Allan Wagner, 05:12 - 05:18, 24/08/2010)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Porcelana.

Andei perdendo meu tempo em outras peles,
querendo perder meus poréns nos teus poderes,
andando, divagando, navegando...

Você tem o perfume que uma garota deve ter,
teu prazer me deixa em êxtase,
tuas medidas e tuas alturas são perfeitas,
nossos corpos se encaixam perfeitamente,
divagando, andando, navegando...

Agora sei o que posso perder.

Minha Porcelana.

Eu também posso perder.

Você quer me carregar nas tuas nuvens de sensatez,
quer sempre que te veja mais cedo sempre que o dia amanhece,
navegando, divagando, andando...

Porcelana.

No final só basta sentir um pouco mais tua pele.

Agora sei que eu posso perder.

Porcelana, se pudesse, seria todo dia.

Eu também posso te perder.

Minha Porcelana...

(Allan Wagner, 21:26 - 21:32, 23/08/2010)

domingo, 22 de agosto de 2010

Dia de Cacareco - Parte 1

A preguiça é o pecado e a constante mais comum no ser humano.

E com ele não seria diferente. Não gosta de acordar cedo, muito menos de ser obrigado a acordar cedo por causa de trabalho, faculdade ou qualquer outra coisa. Exceto sexo. Por Sexo ele acorda no meio da madrugada, não importa a hora.

O relógio começou a pinar por volta das quatro e meia da manhã, mas ele não lembrava o motivo de deixar o alarme ligado. O que o deixava ainda mais puto da vida do que acordar cedo, era não saber o motivo de ter acordado cedo. Deu um tapão no despertador e levantou rápido, tão rápido que sentiu alguma coisa estalar, só não sabia qual articulação.

Magro e baixo, levantou-se com os cabelos negros arrepiados e uma cara de poucos amigos. Olhou pra despertador e o chutou pra baixo da cama.

Pensou 'A porcaria do Sol nem levantou ainda e eu já'.

Foi até o banheiro, ligou o chuveiro no mais gelado que conseguiu pra tentar acordar de vez. Disse alguns palavrões bem alto, fechou a cara e sentiu uma dor-de-barriga que o prendeu no banheiro por mais quinze minutos depois do banho.

Parou em frente ao espelho com a cara fechada e naquele momento não conseguiu pensar em nada, na verdade, não lembrava de nada na noite anterior, e percebeu que também não estava muito interessado em saber. A noite anterior tinha deixado uma bruta dor-de-cabeça de brinde pra ele.

Percebeu que não era uma dor de ressaca, nem uma dor-de-cabeça comum, era diferente. Teria pego outra garota de programa? Merda, jurou nunca mais fazer isso. mas não era, sentiu as mãos arderem quando lavou-as. Estavam cortadas, eram cortes superficiais mas incômodos. Começou a imaginar que teria brigado com alguém... Teria vencido uma feroz batalha com um filhinho de papai drogado ou teria caído na sarjeta embreagado junto a um cachorro? Não importava.

'Prometi a mim mesmo caminhar hoje!', veio num estalo inesperado, tinha se prometido voltar a ser saudável pelo menos uma hora por dia...

Adiantou-se pro quarto, pôs um tênis velho, um short surrado e uma camisa maior que ele. Olhou pela janela e imaginou o que estaria esquecendo.

Alongou alguns poucos músculos e saiu pro meio da rua...

(Allan Wagner, 02:01 - 02:15, 22/08/2010)

sábado, 21 de agosto de 2010

Apenas Cinco Minutos.

[...]

Durante cinco minutos não tenho nada a dizer.

Não vou contar uma história que não interessa a ninguém, nem vou escrever um poema ou poesia que ninguém saberá que aqui está.

Estou cansado.

Meus olhos estão se fechando rápido, e meu corpo está cansado. O único problema é que está tão cansado, que não descansa.

Deito e fico rolando até tentar pegar no sono. Não consigo.

Durante cinco minutos não fiz nem pensei em nada e aqui fiquei olhando para o papel em branco.

No final, apenas contei mais uma história que não interessa a ninguém, e ignorei toda e qualquer poesia ou poema que me viesse a mente.

Dessa vez, foram apenas cinco minutos.

(Allan Wagner, 21:43 - 21:48, 21/08/2010)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tá Amanhecendo!

Andei cansado de muita coisa nos últimos dias!

Cansei de assistir televisão, nunca tem nada passando, e quando passa, fala sobre tanta coisa ruim, que nem vale a pena.
Desenhos animados são as coisas mais divertidas do momento, alguém sempre caça alguém, até receber uma pancada na cabeça, fora aqueles que os mocinhos sempre vencem, mas sofrem feito o cão pra isso.

Cansei da comida que eu como. Os mesmos sabores sempre, quero uma lasanha, um sushi, um yakissoba pra variar! Meu paladar criou um costume de gostar do que é comum, isso me incomoda.

Não suporto olhar pela janela e saber que vou encontrar as mesmas pessoas falsas, chatas e porres que moram comigo. Meu irmão é meu melhor amigo e talvez minha única salvação naquele poço de raiva e falsidade, tenho outros poucos também, mas todos passam o dia bem longe...

Mas minha maneira de fugir está bem longe daquele lugarejo.

Meus amigos estão há alguns quilômetros de distância, cada um pra cada ponto cardeal dessa cidade, e aquela que mais me faz bem no momento está sempre por perto, mesmo que distante.
Mas, pra nosso bem, temos um mesmo ponto de encontro.

Então, quando acordo assim, não me deixo mais incomodar, sabendo que em algumas horas, vou reencontrar aqueles que fazem bem...

Sem contar que tento não dever nenhum dia pra meu professor de Dramaturgia (né Michey?), não me importa se meus textos são razoáveis, ou praticamente um lixo...

E eu não tô nem aí se você vai gostar ou não.

Mas d'uma coisa eu sei... Tô com um sono tão grande...

(Allan Wagner, 06:29 - 06:35, 20/08/2010)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Apenas um Pouco.

Começamos tudo por um capricho teu,
no início todo o desejo,
parecia apenas a busca pelo sexo,
mas foram pequenas atitudes que,
foram mudando o modo de pensar,
cresceram em gênero e grau,
eu não estava mais entendendo,
e sinceramente, queria não entender...

Desculpe se nunca insisto,
deixando tudo insuportável,
talvez fosse algo antigo,
Mas não entendo.
Acabo deixando tornar-se um vício extremo...

Falo pouco,
sou estranho,
deixo o tempo sarar,
deixo o vento levar,
deixo sobrar apenas o pouco...

Desculpas se não falo mais que um pouco,
desculpe-me se não falo o que quer ouvir,
ou se rio, de seus momentos sérios,
sentir você é o máximo,
O que sobrar de ti é todo meu lucro...

(Allan Wagner, 22:43 - 22:52, 19/08/2010)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Resolve.

Algo aparece e acontece no inesperado,
tem sempre algo por aí,
tenho passado mais tempo olhando você do que pro meu umbigo,
e pro tempo voando feito vento,
andei vendo o tempo brigar com o vento...

Um pouco mais, e tudo se resolve,
dê-me agora,
tô te precisando agora,
então me mostra,
pois assim tudo se resolve.

Todas as músicas que ouvimos na rádio,
nos deixam mais parecidos,
nem tanto quanto parece, mas nos deixa mais próximos,
nos faz melhor durante as tardes...

E percebi que com um pouco mais e tudo se resolve,
você vindo agora,
tô te necessitando agora,
então me mostra,
pois assim tudo se resolve.

E no final a gente percebe,
que o que houver de bom,
acontece com você,
o que puder acontecer,
acontece a você.

(Allan Wagner, 06:13 - 06:16, 18/08/2010)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Aquela Música.

Cansei dessa música.

Fica repetindo, repetindo, repetindo na minha cabeça.

Estou pensando num jeito de fazê-la parar, mas sinto que vai ser difícil.

Foram sete anos dizendo que ela era minha música favorita, ouvindo-a pelo menos uma vez por semana, fora aqueles dias em que eu ficava o tempo todo ouvindo, mesmo que fossem apenas partes...

Depois mais dois anos em que tive simplesmente um caso de amor com essa maldita música! Toda noite antes de dormir, todo final-de-semana se me fosse permitido, até debaixo d'água eu pensava estar escutando-a.

Que saco! Agora não sái, não importa o que eu faça.

Preciso arrumar uma música nova, uma que me faça parar pra ouvir, apreciar, dormir com ela, na cabeça, uma vez... Mas não encontro!

Maldita seja essa música, sempre foi, eu que nunca parei pra ver isso... Me faz lembrar de coisas que não quero, me faz lembrar de momentos perdidos naquela praia, deixar algo de tão importante acontecer com uma música que não vale a pena... Festas que sempre existiram, mas que pretendo nunca mais ir, e pessoas, que, infelizmente, não me permito rever.

Longo vai ser o caminho pra esquecer.
Aqui, agora, não sei o que fazer.
Renovo meus gostos pra tentar esquecer.
Indo pra qualquer lugar em que ela não toque.
Seguindo pra qualquer festa que ela não apareça.
Separando, apagando e me livrando de todos os CD's que a contenham.
Acreditando que outra vez, eu durma em paz, sem ela.

(Allan Wagner, 22:05 - 22:12, 17/08/2010)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Inferno.

Eu fiz meus sentidos,
na espera de algo novo,
apenas vivia o inferno.

Eu quiz saber,
o que os outros temiam,
pra não viver no inferno.

E vendo luzes fortes,
crescendo ao alvorecer,
sentindo o peito arder,
senti que era o inferno...

Então, senti, algo novo em mim,
algo que não precisava mais,
segui, enfim, sem medo de me ferir,
caminhei bem no inferno.

E tudo que passou, tudo que você deixou,
tudo aquilo era o inferno,
então, aqui, te deixo se ferir,
pra saber o que é inferno.

Te vejo por lá,
te espero no lugar,
te encontro, no inferno.

(Allan Wagner, 17:32 - 17:37, 16/08/2010)

domingo, 15 de agosto de 2010

Sobrefins.

Estou queimando todas as minhas curas numa fogueira alta,
mas não estou fazendo isso só,
eu ainda acredito em alguns heróis,
e dá pra perceber que já vi tudo isso antes,
sabendo que é a hora de começar tudo de novo,
até chegar um novo final...

Parando pra olhar em volta antes de cair,
parece que estou fazendo isso só,
Alguns tesouros que foram encontrados,
ignoramos, não nos interessam muito mais,
um dia quem sabe esses tesouros não vão voltar?
Um dia, acontece de novo...

O que há de novo,
será que é tudo tão real quanto parece,
e se eu não estiver aqui?

Eu deixo o fim sobre o fim,
seguir fim sobre fim,
deixando o fim me levar pra outro fim...

(Allan Wagner, 19:39 - 19:46, 15/08/10)

sábado, 14 de agosto de 2010

Consideração.

Pode me ouvir?
Ainda respiro,
Tenho certeza que o céu caiu na noite passada,
Mas o Sol que sinto hoje me remete um coração,
Dá pra sentí-lo pulsando,
Ecoando por anos a fio,
Amo a todos que realmente conheço, mas nenhuma divindade...
E por todos sempre haverá meu sacrifício...

Por um pouco de Honra, talvez eu morra hoje,
Assim, quem sabe, finalmente me sinta vivo.

Você me ouve?
Agora eu grito,
Quantos últimos suspiros vou ter que dar antes de fechar os olhos?
Hoje o Sol é um vilão, queimando minha pele sem dó,
Agora sei que tudo tem seu outro lado,
Ainda amo muitos, mas nem todos que conheço, e nenhuma divindade...
Nem todos terão meu sacrifício...

Por tua Honra, eu morrerei hoje
E não quero mais surpresas ingratas,
Assim, finalmente, me sinto vivo...

(Allan Wagner, 06:12 - 06:20, 14/08/2010)

Cárcere.

Não são sequer seis horas da manhã, mas seus olhos já teimam em não fechar mais.

Deixou-a partir durante a noite, mas não deixou-a partir de verdade, era como estar privando-a de um vôo longo e sem escalas pra lugar nenhum.

Ele sabe que, se ela for, irá pra não mais voltar, irá e não pensará mais nele, nunca mais. E ela não sentirá nenhum remorso nisso.

Sente ela cantarolar baixinho em algum lugar, mas não sabe se está próxima a janela, ao seu lado na cama ou no banheiro escondida como costuma fazer.

O frio do inverno invade o quarto, mesmo que as janelas estejam todas fechadas.

O teto já acusa duas ou três infiltrações que irão derrubar o teto durante o inverno, e aquilo lhe custará boa parte do pouco que recebe, olhando para a esquerda sabe que o criado-mudo tem duas pernas bambas e que, se pôr uma pena a mais sobre ele, tudo desmorona. A sua direita apenas uma estante abarrotada de livros velhos da universidade.

Ouve ela bater na janela.

Teria ela conseguido escapar e agora estar pedindo abrigo batendo pelo lado de fora? Não, lá está ela, encostada na janela, batendo, pedindo pra sair.

Seus olhos percorrem mais uma vez o quarto, lembra de tudo entre eles até aquele momento, e também percebe que é realmente a hora de fazer aquilo. Caminha calmamente até a janela, ela apenas acompanha seus movimentos com a cabeça.

Acaricia ela suavemente e solta o ferrolho da janela, abrindo-a com muito pesar.

Ela olha rapidamente pra ele e não pensa duas vezes antes de sair daquele lugar, em pouco tempo já está longe o suficiente pra não ser mais vista. Fora do alcance de quem quizesse acompanhá-la.

Sentando de volta na cama ele olha por todo o quarto, criado-mudo, infiltrações, livros, estantes e há, agora, uma gaiola vazia, a qual ele não pretende voltar a ocupar.

(Allan Wagner, 05:25 - 05:38, 14/08/2010)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

13.

Mais exatamente sexta-feira 13.

Vinte e quatro horas de superstições intragáveis.

Espelhos tornam-se peças únicas, e pessoas torcem sincera e profundamente que os mesmos sejam peças únicas durante todo este dia.

Gatos pretos deixam de ser adoráveis bolas de pêlos escuras e viram pelotas fofinhas de arremesso, chute ou destruição desenfreada.

Escadas não são mais úteis utilitários que nos auxiliam em sair de um ponto A no solo a um ponto B ou C próximo ao céu, teto, sala 37 ou algo mais alto.

Nesse dia também, minha avó deixa de ser uma pessoa insuportável, chata, incoveniente, fofoqueira, porre e virá apenas uma bruxa de cara amarga e amarrada com uma verruga podre no nariz de batata.

Admiro-me por relembrar com tanta clareza do maldito motorista do Rio Doce/CDU que furou a parada e me fez pegar um ônibus pra cidade, me levando a esperar uma longa hora pra carregar esse pequeno, retangular e maldito cartãozinho amarelo de passagens, que me empurrou a uma corrida pra lugar nenhum ao ver que o motorista do CDU/Várzea - hoje especialmente iluminado com os dizeres CDU/Várvea - me ignorou e quase me atropelou, me deixando esperar por um de seus semelhante por mais vinte minutos.

Me faltava apenas a falta do que fazer pelo resto do dia, a falta da professora, pneu furado, fim de namoro ou semelhantes, mas fui presenteado com uma maravilhosa peça ao ar livre em frente ao CAC, minha irmã me acompanhou num almoço gorduroso mas deveras apetitoso acompanhado de um Chá Mate de Pêssego.

O resto das vinte e quatro horas foram preenchidas com uma aula que muito me interessou, um desentendimento com minha affair facilmente contornada e ajustada - palavras ditas erroneamente podem causar o Chaos e a destruição iminente de qualquer ser vivo -, uma ida preguiçosa ao trabalho e uma noite que termina em trinta e cinco minutos.

Trinta e cinco minutos para o fim de outro dia de superstições inúteis.

Agora trinta e quatro.

Em breve, Sábado, 14.

Em trinta e três minutos será outro dia cortado de um calendário que será reciclado em cinco meses.

Em breve, ninguém lembrará dessa sexta-feira 13.

Em trinta e dois minutos.

[...]

Exceto por aquele gato preto lá do início de tudo, que acabou virando bola de futebol.

(Allan Wagner, 23:23 - 23:32, 13/08/2010)

Forçadamente!

Diante de tanta coisa que acontece, acordei com um bruta dor-de-cabeça, um torcicolo de matar e as dores da noite anterior não passaram. Maldito seja o video-game que me deixa de pescoço rijo em frente ao televisor.

A fome é deveras incômoda, o cansaço atrapalha os meus pensamentos, tentar meditar pra um hiperativo como eu chega a ser um martírio, técnicas aprendidas com amigos estranhos fariam qualquer um pensar que sou tosco, mas quem sabe não cure as dores de um vício saciado na noite anterior?

Trabalhar, estudar, incomodar uns chatos da família e atrapalhar os pensamentos dos outros é divertido, chutar o balde por distração de vez em quando me relaxa e desestressa.

No final, isso realmente não importa pra mais ninguém, a não ser a mim mesmo, e, por mais que eu queira continuar, percebo que, ultimamente, nada longe de certas pessoas é tão interessante pra mim, nem será pra ninguém, a menos que teimem em continuar lendo...

(Allan Wagner, 13:50 - 13:55, 12/08/2010)

Exercício de Dramaturgia, quem sabe uma crônica todo dia?

Aqui estou eu, agradecendo ao meu ilustríssimo professor de Dramaturgia, Paulo Michelotto - vulgo Pica-Pau Ítalo-Carioca do CAC, Neimar desbotado, etc - pela idéia deveras inusitada, pela missão aceita por essa pobre criança que sou eu, pelo trabalho árduo de fazer algo, de por pra trabalhar de verdade a mente folgada desse ex-gordinho, mosca de padaria...

A missão que aqui me foi jogada - como se joga uma toalha quente no focinho d'um pobre cachorro cego - foi de escrever 5 minutos todo dia pra saber no que vai dar no fim do semestre...

No final das contas, desobedeci orgulhosamente as ordens bem claras de meu mestre Ruivão e acabei não escrevendo 5 minutos, mas de 8 a 35 minutos... Passei do tempo limite sem muito pesar, e, sinceramente, não tô nem aí pro que pensarem das besteiras e baboseiras que defequei mentalmente nesse blog.

Afinal, se Michey que é Michey, e Poli que é Poli, não se importam muito com acertos gramaticais, concordâncias verbais, consonantais e etc, por qual motivo deveria me importar com a opinião de outréns os quais desconheço?

Enjoy, aproveitem, e, caso tenham um ataque epilético, dano cerebral ou afins, não me culpem, a culpa é do cara que não sabe falar nossa língua - sábias palavras de Homer J. Simpson, único e verdadeiro gênio da humanidade.