sexta-feira, 4 de junho de 2021

Um Conto de Quarentena

Com fome fui a padaria ontem pela manhã, para poder comprar meu croissant/

E quando lá cheguei, o bate boca acontecia, de alguém que havia pulado o treino de perna naquele dia/

Um bombadão de perna fina gritava, berrava que ali entraria sem máscara/

Em meio aos gritos da pequena multidão, que só queria em silêncio comprar pão/

Entao numa ato heróico uma granada foi lançada, uma bomba de Bem-Te-Vi havia sido estourada/

Em meio a fumaça azul de esperança, o bombadão chorava feito criança/

Parecia ter sido atingido por uma bala, mas era so sabão em pó vindo do meio da sala/

Uma senhora grita “bota logo a porra da máscara arrombado, o que deixou o pula treino irritado/

Que num surto pos a máscara, esperando que deixassemos agredir a pequena senhora, mas o pequeno segurança, a pontapés, o expulsou na hora/

Aos berros de “nunca mais volto aqui”, a esperança voltou a sorrir/

E como num passe de mágica que ninguém viu, a velhinha pagou, e sumiu/

E nunca mais ninguém a viu. Sério, ela nunca tinha ido aquela padaria, aparentemente, foi só pra tacar a granada de alegria.


(Allan Chaves, 09:17, 04/06/2021)



quinta-feira, 2 de julho de 2020

Sozinho talvez

Talvez do pouco que eu ainda entenda.
Desse pouco talvez eu não mereça.
Me reprimo e me recuso a tentativa.
Prefiro o risco da solitude.
Me arrisco a não arrsicar.

Sozinho talvez as coisas sigam a meu favor.
Sozinho talvez.

(Allan Chaves, 11:05, 02/07/20200

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

D'onde Encontrar.

Não que seja vazio.
Não que faça falta.
Não que esteja apagado.

Mas não há mais chama.
Não me encontro mais fora de mim.
Não além do pequeno coração Valente.
Nem além dos poucos amigos distantes.

Só não há.

Só não faz mais sentido.
Onde me encontro, pareço perdido.
Mas sigo.
Pr'onde não sei.
Nem se há lugar.
Onde possa novamente encontrar.

(Allan Chaves, 00:33, 04/02/2020)

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Esmaecer, Exaurir.

Que me perca em tuas coxas,
que me encontre em teus quadris,
que eu viaje pelos teus montes,
que eu seja hipnotizado por tuas palavras,
que eu seja amarrado por tuas tranças,
que eu seja engolido por tua boca,
que eu seja exaurido por tua energia.

Que você se perca no meu toque,
que você se perca no esmaecer das luzes,
que você se perca em minha língua,
que você se perca no apertar de mãos,
que você se perca no encontrar de quadris,
que você se perca no calor dos corpos,
que você seja exaurida pelo prazer.

(Allan Chaves, 22:11, 24/01/2018)

domingo, 19 de novembro de 2017

Culpados

Estamos sempre em busca de culpados.

Seja para apaziguar a dor.
Seja para mudar nosso foco.
Seja para não nos perdemos de nós mesmos.

Mas não há culpados, apenas momentos de inércia, a falta do tempo ou o desencontro.

Nós apenas guardamos bons momentos.
Nós devemos guardar o que ficou de bom.
Nós devemos manter o contato de quem nos fez bem.

Mesmo que isso doa como se fosse nos arrancar algo do peito.

(Allan Chaves, 19:17 - 19:22, 19/11/2017)