sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Por Um Pouco de Paz.

No começo do dia pensou que não iria fazer nada. Acordou tarde e não caminhou no parque, sentiu uma preguiça gigantesca lhe tomar o corpo... levantou-se lento, foi até a sala e recostou a cabeça na poltrona. Esperou o tempo passar enquanto assistia televisão, as férias haviam começado e ele tinha um prazo de dois meses pra entrega de um trabalho, mas o trabalho já estava pronto. Assustou-se quando recebeu uma ligação, que na verdade ele sabia que iria receber, mas esquecera totalmente.
Sentiu-se animado novamente, arrumou-se e saiu pensando em outras coisas, encontrá-la foi melhor do que esperava...
Mas, é claro, se perdeu primeiro do lugar marcado e levou um banho de um ônibus. Mas logo depois a achou e decidiu comprar algo pra se vestir, ela ajudou.

Conversar, a quanto não conversava sinceramente com ninguém?
Simplesmente por não ter com quem conversar.
Queria.
Mas não esperou nada.
Estava conversando.
Estava bem...
Mas ouviu um segredo...
Um segredo, que, no final ele não sabia se queria ou não ouvir... mas no fundo queria, sentia-se importante pra ela, sentiu-se bem de saber que ainda confiavam nele. Aquilo fazia ele se sentir o mesmo de novo...
Mas ao mesmo tempo sentiu raiva com aquele segredo.
Não, raiva não. Sinceramente, pode-se dizer que o que ele sentiu foi ódio. Ou algo pior... não lembrou de ter sentido nada assim antes...
Sentiu que deveria caçar quem fez tanto mal. Que deveria puni-lo, machucá-lo. Mas não sabia como, nem se era a ação certa a tomar...
Não sabia explicar, mas sentia que aquilo era bom, não por ser um sentimento ruim, mas por sentir que aquilo acontecia por que ele se importava e há tempos ele não se importava com nada.
Suas mãos tremeram, segurou os próprios braços para que eles não fizessem movimentos bruscamente violentos, segurou o que sentia pra não explodir de raiva e lembrou-se como aprendeu a conter esse temperamento explosivo, sentiu que não poderia levantar de onde estava.
Sentiu-se incapaz.
Passou tanto tempo longe que até não se achou no direito de saber daquilo.
Também não acreditou que aquela pessoa tão forte e decidida que conhecia passara por aquilo e havia se mostrado tão inocente. Não a culpava, pelo que conversaram, sabia o que ela havia passado antes, pelo que o coração dela havia passado, a confusão deixara ela fora de si, semelhanças que o coração dele já passara e de como ele mesmo já havia estado antes.

Estava sendo inundado por um misto de milhares de sentimentos e princípios.

Pensou em muita coisa em muito pouco tempo.
Na despedida, pediu desculpas por pensar numa chance que, talvez, nem exista.
Agradeceu por revê-la, mesmo que numa condição que não esperava ver para amigo algum. E queria revê-la o mais cedo o possível. E veria.
Chegou em casa e passou a tarde fazendo uma das coisas que ele faz de melhor: escrever. Se expressar sem ninguém ouvir. Expressão no silêncio. Escreveu uma mensagem pra ela e pediu que tudo desse certo. Contou a ela como foi o dia na visão dele. Tentou mandar por e-mail, não sei se conseguiu, está esperando chegar a sexta-feira, quem sabe para entregá-la a mensagem, ou não sabia como entregar...
Sentiu uma pontinha de ressentimento, por, infelizmente, naquele momento, não poder fazer mais nada além daquilo pra ela.
Só queria que ela estivesse bem e dormiu em paz.
E pediu a Ele que ela também descansasse em paz, que tudo desse certo nos dias seguintes, dormisse bem e estivesse em paz...

(Allan Wagner, 19:32 – 19:47, 08/10/2010)

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