segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Curvas.

Conheço cada curva daquele corpo,
e a cada um de meus abraços conhecia mais,
ao te segurar numa dança sabia onde por as mãos,
com que firmeza gostavas que eu te segurasse.

Ainda sei como te massagear e onde gostas mais,
conheço a altura e rigidez de seus morenos montes,
quais tons de tinta que devo utilizar pra ter a cor de sua pele,
sei quais sinais que te marcam, de teu rosto, de teus quadris até seus pés.

Tenho a certeza do tamanho de teus lábios,
de teus seios guardados em meus abraços,
das tuas coxas torneadas e guardadas por meu suor,
dos teus pés tão adorados por mim.

Lembro ainda do cheiro de teu perfume,
do meu veneno mais prazeroso que teu cangote exalava,
e do cheiro que gostavas de sentir em meu corpo,
pois ainda sei e guardo aquela Sintonia comigo...

(Allan Wagner, 00:02 - 00:20, 28/02/2011)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Irracional.

Seja irracional.
Uma vez só, seja irracional.
Se temes que tua racionalidade tenha me tirado de ti.
Seja irracional!

Na irracionalidade nós nos perdemos, mas também nos encontramos.
O que mais quero são seus sentimentos irracionais.
Teu corpo animal e teu amor incondicional.
Não preciso de palavras saídas de tua boca pra sentir.
Nem de cinco ou mais sentidos pra ver.
Nem de opiniões de ninguém pra saber.

Que você me ama.

Desejo, carinho, amor, paixão?
Nenhum deles é racional.
Então, esqueça uma só vez do que você culpa ser o motivo da distância.
Ao menos dessa vez, por sua própria felicidade, sejamos irracionais...

(Allan Wagner, 22:49 - 22:57, 27/02/2011)

Opinião.

Essa dor que está estampada em meu peito representa, apresenta e mostra apenas que meus deslizes, minhas diretrizes, tudo o que sei o que conheci e o que passei sou eu. Lembre-se de mim, de mim como sempre fui, irei e serei, eu continuarei a mudar para meu bem, ser alguém, ser pra mim o que nunca fui para ti.

(Allan Wagner, 22:40 - 22:48, 27/02/2011)

Me Deixa...

Me deixa falar o que sinto, me deixa falar do que eu quiser, então me deixa falar do meu amor.
Deixa eu falar que dentro de mim ele nunca foi embora, mas também preciso dizer que eu tentei matá-lo infinitas vezes, dele só quis ouvir mentiras, inventei mentiras dentro de mim pra que ele fosse embora, mas quanto mais eu mentia, mas forte ele ficava.
Criei um mundo pra jogá-lo, um mundo em que ele era o maior vilão, um mundo em que ele e só ele estava errado, e nesse mundo que o havia deixado apenas lhe deixou mais forte.
De tempos em tempos esse mundo me relatava de seu crescimento, e quanto maior e mais forte ele parecia, maior era a mentira que eu criava pra tentar enfraquecê-lo, mas ele continuava a crescer.
Decidi então trancá-lo.
Decidi jogar as chaves fora.
Comecei a expressar minha crescente dor.
Comecei a transformar o antigo amor no vilão da minha vida.
Ele não poderia crescer mais que o tamanho do mundo que o joguei.
Então ele pareceu parar, acalmou, ignorou minha existência, minha presença parecia não fazê-lo agir, então eu continuei.
Me joguei num mundo onde não havia amor, passei anos sentindo o que meu corpo queria e ignorando o espírito, que se mantinha, continuava incompleto. Olhava para todos os lados e nenhum deles me fazia sentir algo. Nada.

Então pensei ter entrado num mundo novo, um mundo o qual eu criaria um novo amor e esse destruiria aquele que o amor antigo havia deixado.

Abri meu coração.

Doei todas as chaves que nunca havia entregue com medo que esse novo amor fosse embora como o antigo.
Deixei que ele vasculhasse tudo.
Deixei que bagunçasse tudo, tirasse tudo do lugar.
Então esse novo amor apenas achou tudo muito desinteressante.
Esse novo amor não queria conhecer nada.
Não queria saber como eram os cômodos, não se interessava em crescer ali dentro.
Esse novo amor apenas me machucava, e aos poucos se matava.
Esse amor trancou a porta principal e jogou as chaves por aí, onde eu não sabia procurar, em algum lugar que eu nunca conheci.
Então um dia aquele amor antigo, escondido, naquele mundo que fora jogado de lado, mandou um sinal, de algum lugar, mostrou que estava lá.

No final, eu ainda sinto a tua falta.

Ele pulsou, e apagou.
A dor daquele amor antigo levou a dores maiores.
Que de tão grandes se tornaram insuportáveis.
Então o novo amor quis mostrar seu interesse, mesmo sem saber de nada, parecia sentir que meus cômodos estavam apodrecendo.
Então ele voltou, limpou tudo, pôs tudo em seu devido lugar, parecia estar pronto pra finalmente crescer.
Me entregou as chaves que eu pensava ter perdido.

E foi embora.

Deixou um sorriso de um bom trabalho feito, e levou consigo as saudades que poderiam crescer.
Certificou-se que nada sobraria, pra que eu não sofresse.

E tudo ficou vazio de novo. Tudo estava abandonado novamente.
Então as perdas que tive me fizeram correr atrás de tudo o que valia a pena.
E decidi rever aquele antigo amor, mas meu coração estava pacífico. Não queria ver aquele antigo amor para reanimá-lo, apenas para saber que ele nunca foi um vilão.
Mas aquele antigo amor ditou palavras confusas.
E aquele mundo no qual eu o havia prendido explodiu, e o antigo amor tentou me invadir, pulando janelas e chutando portas. Mas o contive.
Minha boca ficou seca, meu corpo se contraiu para que não acontecesse nada.
Mas tantas lágrimas vazaram sem que eu soubesse o motivo.
A felicidade e a tristeza, o carinho e a raiva, a solidão e a presença, todos eles apareceram de uma só vez.

E tudo ficou confuso.

Tudo está confuso.

Não tenho mais certezas, nem quero tê-las.
Elas irão me enganar. Elas irão me engolir se tivé-las ao meu lado.
Irão me fazer pensar que estou certo enquanto estiver cego me afogando no erro.
Pois sei que esse meu antigo amor, desde sempre, está confuso, incerto e com medo.
O mesmo medo que me engole e me assusta.
Não quero que ele saiba das minhas incertezas, mas também não quero que ele saiba de minhas certezas inexistentes.
Só preciso que ele saiba que eu compreendi todas as suas palavras por mais francas e menos claras que elas sejam.
E que, mesmo com um tornado de sentimentos que suas palavras soltaram, eu entendo.

Pois meu plano ainda é ficar bem...

(Allan Wagner, 19:13 - 19:54, 27/02/2011)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Surpresa.

Eu tremo, eu temo,
eu espero, eu quero,
no fundo, eu esperei isso por toda a minha vida.
Quis isso toda minha vida!

Esperei que ela me chamasse de novo,
desejei que ela me quisesse de novo,
esperei que ela surgisse de novo, como mágica,
que só ela sabe fazer!

Como surpresa,
como a princesa que sempre foi pra mim,
mesmo que eu nunca fosse o príncipe,
mesmo que não tivesse nada a oferecer.

Nada sob meus pés.
Nada sobre minha cabeca.
Tenho apenas a vontade de continuar e melhorar, mais e mais.
E tenho um motivo pra querer melhorar tanto.

Mas sei que só vontades não bastam.
Sou um guerreiro como tantos outros,
apenas isso,
e isso pra ela basta...

Não me importo se minhas palavras não são tão belas quanto antes,
nem se todos irão gostar da minha maneira de expressar,
a ninguém devo nada,
só a ela.

(Allan Wagner, 06:15 - 06:23, 26/02/2011)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Apenas...

Não foi por não te amar, nem foi por esperar que essas palavras viessem de você!
Meu medo era mais simples do que parecia, simples, não devia me deixar levar por minhas buscas tolas.

A falta de bens materiais era incomoda, não ter nada certo a oferecer... não poder te levar, não poder te trazer, isso me magoava. Também não permitia que o mal que infestava minha casa te tocasse, não permitia que a ruindade dos que são sangue de meu sangue chegassem a você!

Tinha medo deles, de ser como eles, e acabar levando você as lágrimas.

E no final, foi apenas isso o que fiz.

Dia após dia busquei os bens materiais e esqueci o meu maior bem.
Ignorei sim, te deixei de lado, teimava em não ouvir as tuas palavras e então o que era dito com o olhar tornou-se um rio de palavras, difíceis e que não podiam ser traduzidas.

Não nos entendíamos mais.

Mas o teu amor eu nunca deixei pra trás, nunca agredi por querer, minha raiva era meu mecanismo de defesa pra dor, nunca o deixei pra trás, apenas o ocultei cada vez mais fundo, pra que fosse apenas uma boa memória em mim... Apenas isso...

(Allan Wagner, 21:49 - 22:25, 25/02/2011)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Estarei.

A cada movimento seu,
em cada respiração,
em todo momento bom, ou que seja ruim,
eu estarei aqui.

Quando estiver longe,
ou perto demais,
quando sair pra ver, ou vier me ver,
eu estarei aqui.

E nos momentos em que nos desencontrarmos,
e nos instantes que você olhar pra mim e não conseguir ver,
nas horas que forem difíceis em que eu não estiver,
eu estarei aqui.

Você não vê?
Isso não é um jogo de 'eu pertenço a você'.
Somos um com o outro, duas metades que jogam juntas.
Dois que são um todos os dias.

E se eu olhar não tua face e não puder enxergar,
se não conseguir te fazer para de chorar,
eu juro que vou procurar um meio, um método, um lugar,
eu só não quero que se sinta assim...

E se teu rosto vier a me ignorar,
se tuas mãos não quiserem me tocar,
se até o amor for acabar,
e tudo o que temos alguém vier levar,
se todos quiserem nos derrubar,
se nossos sonhos forem demais,
eu estarei aqui...

E quando meus movimentos não bastarem,
e se meu corpo não puder estar mais aqui,
e até quando eu estiver no fim,
eu estarei aqui.

(Allan Wagner, 09:20 - 09:43, 24/02/2011)

Não Vá.

Não quero ouvir você dizer que o som está alto,
e que eu não sou a pessoa mais perfeita de todas,
vou te responder que não preciso de você,
e, meu bem, eu vou me arrepender.

Não venha me dizer que não posso te dar nada,
que tem horas que seria melhor sem mim,
e eu te respondo que você não é melhor que outras,
e, meu bem, você vai me bater.

E nessas horas, não me deixa.

Você sempre disse que eu não prestava,
mas sempre voltamos e ficamos bem,
não diga que acabou,
se você fizer,
Eu quebro.

Quais razões eu tenho pra continuar aqui,
eu posso ter tudo mas eu ainda tenho você,
e eu sei que quando te falar isso,
meu bem, você vai se sentir o máximo.

Quantas mais eu poderia por no teu lugar,
mas nenhuma delas vai me completar,
e no final da noite quando estivermos a sós,
meu bem, não vai acontecer nada...

Pois eu só quero te abraçar e dormir.

Você vem dizendo que sou tão bom,
mas não tem coragem de fazer coisas por mim,
tenha a titude de ter atitude,
e não vá, apenas não vá.
Assim eu quebrarei.

(Allan Wagner, 10:12 - 10:36, 23/02/2011)

Olhares.

Olha pra mim,
eu sei no que andei errando,
e continuo tentando,
mas não da pra continuar assim.
Não...

Eu quero caminho mais curto de volta,
e quero você na minha porta,
quero poder voltar
quero continuar...

Só mais uma chance pra tentar,
a última chance pra estar,
não deixar o tempo acabar.

(Allan Wagner, 09:16 - 09:22, 22/02/2011)

A Dor.

Primeiro veio a dor suave.
O som de suas palavras me fizeram acreditar que tudo era brincadeira.
Depois a pancada forte.
A dor irradiou minha nuca e eu me senti desconfortável.
Veio a dor aguda.
Cada palavra, cada som, tudo aumentava a dor, tudo...

Então senti meu peito abrir, uma dor tão forte que corria minhas entranhas, passava por cada vaso do meu corpo e fazia meu sangue parar, fez meu coração bater devagar..

Vieram as facas.
As mil facas quentes.

Atravessaram meu peito como se fosse feito de papel, como se não se importasse em machucar, mas você não queria isso, palavra por palavra, eu sentia que você não queria isso.

Uma dor agora tomava meu pescoço.
Subia rasgando minha garganta e irrigava minha cabeça.

Teu abraço era tudo o que eu queria, e o tive, mas quando me envolvia, mais sentia dor, não era a dor do abraço forte, era a dor de ser o último abraço.

Então as facas foram embora, as palavras terminaram.

Mas a dor.

A dor ainda estava lá, a dor ainda está aqui.

(Allan Wagner, 06:09 - 06:15, 21/02/2011)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Eu Vou Tentar.

Então assim que termina.
É assim que nos deixamos.
Permanecemos em nossos casulos,
nós estamos a salvo.

Pensei no que fazer,
pensei em como agir,
pensei em continuar,
e até em desistir.

Procurei em mim os momentos ruins.
Talvez lembrar do que não foi bom me afastasse da dor.
Por isso quis lembrar deles.
Mas eles não estavam lá.

Não estavam lá.

Eles nunca aconteceram...

Então a dor que agora me ataca é ainda maior,
pois não houveram momentos ruins,
nós estávamos lá,
mas faltamos um com o outro.

Não quero que chore,
eu vou tentar não fazer isso.

Não se preocupe.
Prometo que vou ficar bem.
Eu vou tentar,
vou tentar ficar bem.

(Allan Wagner, 08:02 - 08:28, 20/02/2011)

Fim.

Da solidão eu vim,
pra solidão eu vou voltar.

Aquilo que era bom,
eu conheci e aprendi a amar,
e o que sobrou,
eu não posso mais cantar...

(Allan Wagner, 18:36 - 18:41, 19/02/2011)

O Mesmo.

Você não está aqui e eu sinto sua falta,
mas sei que, onde estiver,
estará pensando em mim,
pois faço o mesmo por você.

(Allan Wagner, 15:02 - 15:08, 18/02/2011)

Luz Negra.

Dentro da luz negra da noite,
eu sinto poucos pássaros se movimentando,
na escuridão clara do dia,
enxergo a dor da ironia.

(Allan Wagner, 05:36 - 05:41, 17/02/2011)

Obscuro.

No meu momento mais obscuro, você consegue ser minha luz, mesmo tão distante.

(Allan Wagner, 16/02/2011)

Abrigo.

Não penso em ir embora,
sem te levar comigo,
não desejo ir agora,
não sem seu abrigo.

(Allan Wagner, 01:06 - 01:11, 15/02/2011)

São Valentim.

Em teus olhos que eu me encontro,
nas tuas mãos eu me sinto único,
na tua voz eu descanso,
na tua boca me perco.

Quando você me toca,
eu me sinto feliz e completo,
me sinto forte e único,
me sinto como devo me sentir.

Graças a você...

(Allan Wagner, 08:25 - 08:38, 14/02/2011)

Estado Você.

Só está bom quando é com você, quando estou com você, quando sinto que é você.

(Allan Wagner, 00:36 - 00:52, 13/02/2011)

Porta.

No minuto que você passou por aquela porta, você se infiltrou em cada célula da minha pele.

(Allan Wagner, 12/02/2011)

Arma Quente.

A felicidade é uma arma quente,
quenta e perigosa,
perigosa e incomum,
e você apenas não sabe o que significa...

Vê-la voar por aí enquanto estamos sós,
vê-la se perder quando mais precisamos dela,
ela sumir no escuro,
sumir até mesmo na luz...

(Allan Wagner, 10:31 - 10:37, 11/02/2011)

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Roubar teu Tempo.

Não vou roubar mais do seu precioso tempo.
Algo tão importante pra você não vale pra mim,
não vale a cobrança de dia após dia,
não vale meu sangue.

Sua voz no telefone já não me satisfaz,
tuas mensagens não me causam ansiedade,
pois nada disso é você!
Nada do que te represente é você!

Você não sabe quanto me faz falta.
Você nem imagina o quanto eu me sinto.
Você não sabe o que é estar sozinho.
Como eu estou...

(Allan Wagner, 00:36 - 00:52, 10/02/2011)

Abandono.

Hoje pensei em te deixar.
Hoje queria te abandonar.

Do que adianta saber que você está em qualquer lugar,
se quando eu preciso de você não está?

Quantas vezes você me cobrou tempo?
Quantas vezes falou que não estava contigo?

E quando eu finalmente arrumo esse tempo pra nós,
você apenas não quer me encontrar.

Hoje eu quis te deixar.
Hoje desejei te abandonar.

(Allan Wagner, 15:51 - 16:02, 09/02/2011)

Conversa Fiada.

Seu rostinho sorridente e os olhinhos amorosos continuam me contando tantas mentiras, e você jura que eu acredito.

Meu bem, não nasci ontem, nem pense que cairei de joelhos por você...

Quando eu dirigir meu olhar para você, não recue, pois nessas horas saberei que está mentindo...

Pare agora com esse choro falso e enxugue suas lágrimas, não sou qualquer moleque que você levanta a saia e faz qualquer coisa por você...

Apenas não suporto sua conversa fiada, queria saber o que passa por sua cabeça, pois no momento só me interessa o que há entre suas pernas.

(Allan Wagner, 19:11 - 19:26, 08/02/2011)

Eternidades.

Não há eternidades tão findáveis quanto as nossas.
Não há começos às histórias que passamos.
Minhas vontades guardam nossos lugares,
nossos lugares guardam nossos segredos,
nossos segredos guardam nossos desejos,
nossos desejos foram gravados e guardados...

(Allan Wagner, 06:00 - 06:06, 07/02/2011)

Sua Mente.

Você procura por sua mente,
não sabe nem por onde começar

Não acha chaves,
Você sabe que nunca mais estará totalmente seguro...

Sua alma adoeceu,
você precisa da Cura,
Seu mundo foi feito por alguém que você não confia,
Mas você que escolheu seus caminhos...

Você escolheu o mal,
você se fez mestre do seu mundo.

Você acha que é inocente,
você não teme nada,
você não me conhece,
mas sei que você irá se voltar pra mim quando for a sua vez de morrer...

(Allan Wagner, 11:01 - 11:13, 06/02/2011)

Veraneio, Devaneio.

Faço as medidas dos dias de verão.
Eles continuam seu fluxo.
Cinzas.
Tristes.

Medido o dia de verão.
Apenas concluo que ele escorrega para a noite.

E ela me trazem dor.
Reflito sobre tudo...

Vi seu amor,
você era minha rainha,
e agora mil anos se passaram,
e você não voltou...

(Allan Wagner, 08:10 - 08:21, 05/02/2011)

Litoral.

O litoral me mostra as as canoas velejando,
as pessoas pessoas conversando,
dá até pra ouvir o que os peixes dizem.
As pessoas mudam.

Na cidade, vejo todo povo correndo,

Não lhes resta tempo para passar o tempo,
Não lhes resta tempo pra viver.

Correm e correm.
E eu continuo me esquivando e fazendo curvas.
Espero que consiga fazer você lembrar dos bons tempos.
Mesmo que eu saiba que de nada vai adiantar...

Vou te contar sobre o que é a vida de verdade...
Mas, espere...
Você é uma dessas pessoas.
Você também, só sabe correr...

(Allan Wagner, 04:21 - 04:37, 04/02/2011)

O Trem Negro.

Pego o trem às 16 com 12 vagões.
Foi naquele trem negro que eu deixei meu amor partir.

Em movimento, pelas curvas.
Ele foi.

Se movendo mais rápido pela curva.
ele levou meu amor, mas ele nunca mais vai levá-lo de novo...

(Allan Wagner, 03:51 - 03:56, 03/02/2011)

Estou Saindo.

Eu vou deixá-la,
Eu disse e você sabe que vou deixá-la.
Vou deixá-la quando chegarmos ao verão.
Mas no fundo eu guardo a dúvida.

Eu não vou querer deixá-la.
Ninguém sabe, mas não vou deixá-la.
Temos que partir pois posso ouvir alguém chamando.
Posso ouvir me chamando de volta para casa...

Sei que posso sentir a felicidade ao tê-la de volta.

É ela quem chama.

É ela que sabe onde estou.

Assim é quando ela me chama de volta para casa

(Allan Wagner, 10:31 - 10:42, 02/02/2011)

Sônico.

Corro.

Pra lugar nenhum.

O que há na minha frente pode ser pisoteado.

Meus pés estão queimando.

E tudo a minha volta passa rápido.

Me chamam de herói.

Mas eu sequer sei pelo que luto...

(Allan Wagner, 01:21 - 01:27, 31/01/2011)

O Que Há No Escuro...?

Puxei a pistola rápido, mas não era suficiente.
Não tinha balas, ela apenas pesava, era apenas um peso a mais, inútil.
A joguei longe...
Um estalo ecoou por todo o corredor, vi duas caixas caírem próximo a mim...
Estava suando frio, seja o que fosse, era rápido!
Corri para a saída e esbarrei em uma caixa grande, cai pesadamente no chão...
Algo agarrou minha perna, não importa o quanto eu tente me desvencilhar, não consigo...
É forte, estou cada vez mais próximo do que seja o que for, sinto o ar quente se aproximar...

Merda.

(Allan Wagner, 18:45 - 18:52, 30/01/2011)

Yoshi!

Pulei.
Foi fácil deixá-las pra trás!

Me abaixei rápido!
Esquiva perfeita de balas!

Malditas tartarugas vermelhas!
Me deixam com azia sempre!

E esse bigodudo?
Teima em fingir que sou um cavalo!

Tapas na nuca!
É o jeito mais suave que esse italiano idiota de me pedir algo!

Maldita vidinha de montaria!
Danada vida de dinossauro no mundo de hoje!

(Allan Wagner, 16:23 - 16:39, 29/01/2011)

Vampiro.

Fúnebre.
Triste.
Sem vida.

De seu sangue eu retorno a vida.
Da sua vida eu recomponho meu ser.
Das suas noites alimento meu espírito...

(Allan Wagner, 11:51 - 12:27, 28/01/2011)

Numa Galáxia Ainda Mais Distante.

Peguei minha nave particular,
e parti pra Marte a procurar,
cruzei a via láctea com Nescau,
e me dei bem...

Sem querer encontrei uma Supernova com suas muletas,
que me pediu carona pra chegar até a loja de anéis de Saturno,
e cruzei o espaço negro com um buraco branco,
e fui cada vez mais distante na minha procura...

Mais distante em minha procura...

Quando cheguei já parti sem rumo, quase desisitindo,
não encontrei Mestre Yoda nem Darth Vader, Sr. Spok ou Enterprise,
só uma multa espacial, por estacionar em local de desapego espiritual,
e a força não me ajuda e não tenho lasers pra lutar...

Mas eu não desisto de jeito nenhum de te procurar...

Numa galáxia ainda mais distante,
atravesso num instante, num piscar de olhos,
numa verdadeira Guerra nas Estrelas que é o trânsito espacial pra encontrar você!
Um verdadeiro efeito especial natural desigual...

Eu ainda tenho fé em te achar,
pois todo o universo eu vou cruzar,
seu parar de acreditar eu desistirei
se eu deixar de sonhar eu te deixarei,
e se na minha fúria eu chorar,
eu nunca mais te encontrarei...

Numa galáxia ainda mais distante...

(Allan Wagner, 09:48 - 10:14, 27/01/2011)

Mais que...

Palavras não são exatas,
foneticamente erradas,
como vender mais que as demandas,
pretensões de um homem morto,
como um filme do Super Cine,
que me causa apenas desgosto.

Mais que isso,
tem mais do que as palavras podem expressar.

(Allan Wagner, 15:21 - 15:27, 26/01/2011)

O Medo.

O medo,
me dá coragem,
me deixa covarde,
pra te acompanhar.

Pra poder,
olhar pelos olhos d'um cego,
te enxergar,
me permite enxergar.

E os sonhos?
Os que vendi barato?
Pra te acompanhar.
E todas as cicatrizes que ganhei lutando ao seu lado?

Mas paro e penso,
não fui apenas eu que fiz por você,
você também está aqui por mim...

(Allan Wagner, 08:06 - 08:20, 25/01/2011)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sobrevivendo - Parte Dois.

Terça-feira...

Dormi rápido ontem, por mais que eu quisesse pensar em algo, não consegui.

Acho que apaguei em menos de vinte minutos depois que acordei.

Preciso ver minhas chances de continuar vivo, rotas de fuga, armas possíveis... É. Não tenho quase nada. Chances de continuar vivo, quase zero. Rotas de fuga, pelo que dá pra ver daqui de cima, nenhuma. Armas, apenas o cano de ferro que achei lá embaixo... Ótimo, isso me anima um pouco.

Dou uma olhada pelas beiradas do prédio, mortos a norte, sul, leste e oeste... Mas achei uma pequena passagem que dá pra a avenida. É uma grade que está aberta na parte de baixo, acho que alguém forçou até conseguir abrí-la... Talvez se eu descer rápido posso fugir por ali.

Abro novamente a porta da escada de incêndio, pelos espaços na escadaria dá pra ver que não tem nenhum monstro, mas, provavelmente, quando eu derrubar a escada, o estalo vai chamar a atenção deles, talvez se conseguir pular, posso me machucar um pouco, mas pelo menos não vou fazer tanto barulho...

Acho que já e meio-dia, o Sol está no ponto mais alto do céu e minha cabeça está queimando. Por pura sorte achei a caixa d'água do prédio e já tomei pelo menos três banhos em quarenta minutos. Os mortos estão parados nas ruas, não ouvem sons e por isso não reagem, ficam lá, como estátuas que gemem. E eu já estou decidido, meu plano é simples, abro a portão da escada, escorrego a té o andar mais baixo e pulo, acho que são cinco a seis metros, a queda pode ser feia, mas só preciso 'cair direito' pra não me machucar.

É a hora.

Pelo relógio que achei jogado no telhado, são duas horas da tarde. Achei dois vasos e tive a brilhante idéia de jogá-los bem longe, o som deles se espatifando no chão vai chamar a atenção 'deles'. Mas pelo que vejo, chamou a atenção de muitos deles... Hordas infinitas parecem cruzar a avenida, incontáveis! Acredito que mais de cinco mil desses monstros estão cruzando minha visão, com certeza!

São quatro horas da tarde. E a minha idéia com os vasos apenas piorou minha situação... Antes, podia ver apenas alguns deles na avenida e milhares ao horizonte, e agora é o oposto. Há milhares deles nas avenida bem abaixo de mim e nenhum no horizonte... Não acredito que o socorro esteja lá. Provavelmente é apenas uma gravação. Só isso. Não sei mais o que fazer. Estou sozinho e sinto como se fosse o último ser humano vivo na face da Terra...

Acho que a queda daqui pode me matar. Mas se não puder? Vou ser devorado enquanto agonizo? Deus... Não, Deus não tem nada a ver com isso... Deus... ele apenas não existe... Mais do que nunca, agora eu sei, Ele não existe...

Não posso desistir agora, não... Mas não há ninguém me esperando, ninguém chorando por minha falta... Ninguém...

Levanto. Não é hora pra dar uma de maluco e ficar devaneando pensamentos! É hora de sair daqui, sair vivo de preferência! O outro prédio. Não tem ninguém no telhado. Talvez se eu me esforçar consiga pular pra lá... acho que são uns três ou quatro metros de distância... Não mais... Vamos lá...

Pulei... Mas é longe demais... Eu não vou conseguir.

(Allan Wagner, 11:51 - 12:27, 24/01/2011)