quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Jogo Mórbido.

Andei distâncias, procurando o que fosse real,
conheci lugares nos quais eu nunca pude estar,
vi piratas abordarem meus sonhos,
e percebi que estou aqui só de passagem.

Então, talvez eu morra sozinho,
ou quem sabe morra em vão,
seja como guardião em Roma,
ou d'uma queda de avião,
ou em silêncio num beco escuro em Genebra.

Ouvi rumores de pessoas que começaram incêndios,
e acabei dando meu melhor onde não deveria,
e no final, estou preparado pra cruzar qualquer dificuldade que possa atrapalhar,
ou afundar barcos com o som fraco da minha voz.

Eu vou chorar sozinho,
morrer como uma pedra,
ou por uma alergia boba a flores,
quem sabe até mordendo uma anel de cebolas,
mas até lá, eu preciso tentar de novo.

A vida não passa de um jogo mórbido,
em que precisamos ter medo pra seguir em frente.

Rolemos os dados, deixemos os resultados aleatórios nos guiar,
mas me deixa ouvir a tua voz,
e tentar de novo não deve ser de todo mal,
os céus sabem segredos demais de nós dois,

então me dê uma razão.

(Allan Chaves, 00:15 - 01:02, 16/01/2015)

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