terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Penitência.

Como abandonar os últimos quinze anos?

Sejam de amores, sejam de dores, sejam de amizade.

Somos divergentes,
diferentes,
indecentes,
até descrentes,
mas somos cúmplices.

Me culpar por todos os erros não corrigem nada.

Te culpar por desacreditar no sentimento não faz nada mudar.

Somos equilíbrio,
toque,
murmúrio,
respiração,
a complexidade de um só.

Repetir e insistir em nunca mais te ver é um erro.

Fugir do que é verdadeiro é apenas uma triste lembrança.

Somos disposição,
intuição,
razão,
emoção,
e nunca seremos apenas uma história.

Mesmo em pleno carnaval,
seja a dor que vai me alfinetar,
em plena Lua cheia,
a cama que vazia estará,
completa e pura dor,
que dorme em silêncio no teu lugar.

Sentirei falta, me rasgarei de ciúmes,
não aceitarei outro amor ao teu lado senão o meu,
mas não há de existir dor maior do que um nunca mais,
do que sempre será verdadeiro,
seja qual amor tenha sobrado...

Mas por favor, não vai embora.

Não ouve mais as palavras amargas de um coração desesperado.

E perdoa...
Perdoa a falta de tato,
perdoa o velho touro em solitude,
perdoa a dor que eu não consigo aguentar,
perdoa a descrença e tesouros entregues perdidos no tempo,
perdoa o segredo que morreu com nosso amor.

Perdoa.

E deixa eu aceitar que meu perdão merece minha própria penitência.

(Allan Chaves, 18:11- 18:42, 06/01/2015)

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