quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Recife, Cidade Sombra.

Odeio cada um dos bairros do Recife,
odeio cada rua cheia de história,
cada esquina cheia de carinhos,
cada curva com os meus restos.

Odeio todos os anos vividos nessa cidade,
odeio os anos perdidos num só bairro,
cada caminhada na beira do rio,
cada luz apagada ao meu passar.

Odeio tanto essa cidade,
tanto quanto amo cada pedacinho dela,
cada ladrilho nas ruas do Recife Antigo,
ou das tábuas velhas da Sala de Reboco,
das BR's que me faziam sair dela,
como das estradas que me traziam de volta.

Te amo Recife, mas te odeio tanto,
que se torna insuportável viver em você,
odeio teus carnavais e festas,
odeio tuas luzes e músicas,
odeio tuas águas,
sejam por minhas histórias,
sejam por meus fantasmas.

Você é minha cidade luz,
mas também meu caminho de sombras,
Cordeiro, Torre, Madalena,
Várzea, Caxangá ou Jaqueira,
te amo tanto Recife,
mas não sei se suportaria mais viver em ti,
sozinho em ti.

Não sei se sobreviveria um dia a mais Recife,
não sei se suportaria perder mais um de teus bairros para meus fantasmas.

(Allan Chaves, 23:15 - 23:32, 07/01/2015)



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