sábado, 12 de setembro de 2015

12.

O dia de hoje já foi o mais importante pra mim, durante alguns anos, foi.

Em suas vésperas eu deitava de coração apertado, acordava no dia ainda pior, pois a lugar nenhum me levava sentir aquela pequena pontada no peito. A pontada não me considerava sequer amigo, não olhava pra mim, não supria sequer um sentimento que senão o de me afastar. E eu me afastei, o que mais o coração adolescente podia fazer? Mas de erro em erro, eu busquei a dor de não tê-la em outras pessoas, procurei e comparei. E me arrependi, pois no final, buscar quem nunca esteve comigo era um erro. O que é bem óbvio, não parecia na época, então eu apenas segui em frente, pra todo dia 12 relembrar dela.

Não digo que não aconteceu, na verdade, tudo aconteceu.

Por mero acaso, estávamos juntos, um acaso de 2 anos e menos de um metro de altura. Não era como estar apenas apaixonado, não era apenas estar com alguém, era mais, era  mútuo, era completo. E eu perdi. Eu fingia não acontecer, não mostrava o que faltava pra mostrar, me desconectava, e os dias 12 voltaram a ser vazios. Foi quando eu afundei e cavei minha cova em busca do isolamento, afundando, cavando e esquecendo o que eu era.

Mas nós iriamos nos encontrar de novo, e quantas vezes não o fizemos? Quantas vezes nos anos seguintes vivemos de idas e vindas? De mágoas e feridas? Até que nos afastamos tanto que mal éramos capazes de nos entreolhar.

Mas nesse mesmo dia, exatamente há um ano, vivemos nosso último beijo, no dia mais importante pra mim, revivemos um último momento que eu tentei prolongar por poucos meses até ser lembrado que era amado, mas não querido. No final, acabara como nada. Acabara do jeito que nunca deveria ter começado. No final, talvez hoje ainda seja o dia mais importante da minha vida, mas quem sou eu pra admitir isso? Quem sou eu pra continuar com isso?

As decisões de um só, são só dele.

(Allan Chaves, 21:35-22:20, 12/09/2015)

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