quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Aparições Noturnas

E havia tanta paz em mim.
Existia uma calmaria perene desde o amanhecer.
Momentos de boas companhias, bons encontros.
Havia, existia, tinha.

Como só uma presença silenciosa pode machucar tanto?
Como um fantasma a passos curto pode trazer tantas lembranças?
Como minha mente pode ainda me ferir depois de tanto tempo?
Como você ainda pode me ferir?

Transformar toda a minha paz em raiva,
toda minha alma em ódio,
todo o meu ser em asco,
tudo o que sou, no que já havia esquecido?

Não mais consigo mais pensar,
tampouco fechar os olhos pra descansar,
fingir que estou feliz por um segundo,
pelo fantasma que assombrou esta noite.

É isso que és,
meu ódio,
meu asco,
minha fúria.

É tudo que tua presença causa,
é tudo que teu cheiro exala,
é tudo que o teu ar respira,
é tudo que eu desisti na vida.

Atravessa a porta com o que um dia eu chamei de carinho,
vai embora pela fechadura com o que sobrou de amor,
finge que não era só eu o "amigo" antes de tudo isso,
Morre, e leva contigo toda a minha dor.

(Allan Chaves, 23:07 - 23:12, 07/10/2015)

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