segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Os Corpos do Dia das Bruxas.

De prosa em prosa,
passo após passo,
decidi fazer nada.
Mas foi bom esconder as escadas.

Ouvindo aqueles gemidos roucos,
prestando atenção nos gritos silenciosos,
sentindo o cheiro de algo podre,
pela janela eu via os corpos...

As luzes são seu chamariz,
seus olhos cegos parecem sentir,
sua audição continua atenta,
e as pernas mal se aguentam...

Perdi um, dois ou três amigos,
perdi cinco, seis ou sete familiares,
mas não houve dor maior,
quando vi você caminhar entre eles...

Sem rumo nem prumo,
sem vontade ou desejo,
apenas divagando, caminhando,
e do outro lado da janela estava eu, me martirizando...

Carregando meu poderoso rifle,
queria lhe dar libertação,
apontando para sua cabeça,
e recitava uma oração.

Nunca Nele acreditei,
e com certeza essa não era a hora,
pois ele amaldiçoou o mundo,
e nos deixou do lado de fora.

mas eu pedia por sua paz,
relembrava o seu amor,
revia seu corpo quente,
entregue a mim com ardor.

Ali terminava nossa relação,
nossos anos de convivência e adoração,
então esse era o fim,
entre o você e eu, pensei em mim.

BAM!

(Allan Wagner, 17:53 - 18:12, 31/10/2010)

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