sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Obliterado.

Procurou arduamente aquela palavra no dicionário, mas ela não aparecia em lugar nenhum. Achou que era uma palavra incomum, ouviu alguém na escola falar, e a sua curiosidade aos dez anos falou mais alto.

- Esse dicionário não vale nada! Não tem essa palavra!

E correu até seu pai, com certeza ele saberia, era um homem inteligente.

- Obliterado? Deve ter algo a ver com cozinha... Vá perguntar para sua mãe, ela está na cozinha.

Ficou decepcionado. Todo mundo sempre dizia que seu pai era um homem muito inteligente, disseram que ele era um tipo de 'sábido' ou 'sábo', algo assim. E lá foi ele, correu até a cozinha. Sua mãe estava tentando cozinhar algo.

- Obli-o-quê? Ah meu filho, isso tem cara de filme. Não é o título d'um filme não? Nunca ouvi essa palavra! Seu irmão deve saber, ele que gosta dessas coisas de filme!

Filme? Acho que os professores não conversariam sobre filmes na sala de aula, mas foi até o quarto do irmão.

- Irmão, o que é 'obliterado'?

- Quê? Onde cê ouviu isso?

- Os professores falaram no meio da aula, enquanto fazíamos a tarefa eles falaram, eu ouvi...

- Hm... Então é coisa de professor, mas acho que já ouvi essa palavra. Já procurou no dicionário?

- Já.

- E?

- Nada.

- Desculpa irmãozinho, não sei mesmo, mas se descobrir, te digo.

- OK.

E saiu mais do quarto do irmão. Mais uma vez estava decepcionado. Todos na casa eram tão inteligentes, como ninguém sabia o que significava aquilo?

Repetiu alto a frase do professor, sem saber o que a palavra significava.

- ''Tive minhas expectativas OBLITERADAS!''

E foi dormir chateado por descobrir que as pessoas que ele achava super inteligentes, não eram tão 'sábidas' como ele pensava...

(Allan Wagner, 12:02 - 12:36, 28/12/2010)

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