segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Covarde - Parte Final.

Os monstros agora estavam focados no grupo. Mesmo naquela varanda tentavam subir a todo custo em busca de alimento.

'Ok, aqueles miseráveis nos deixaram aqui pra morrer!'

'Pára de gritar! Quanto mais você grita, mais eles tentam nos alcançar!'

'E daí? Eles não podem subir! Eles vão perder os dedos antes mesmo de subir aqui!'

O silêncio tomou a varanda depois daquilo. Perceberam que não tínham pra onde ir, nem como sair.

'Então acaba aqui.'

'Logo agora que você me achou né' - ela sorriu pra ele.

'Pois é né' - e sorriu com ela.

Passada meia hora o Sol começava a deixá-los tontos.

'Eu preciso sair daqui!' disse o homem gordo 'Eu vou sair daqui!'

'Do que você está falando cara? Pára com isso! Você está assim por causa do Sol!' disse o rapaz moreno.

'Saia da minha frente seu vagabundo! Eu vou sair daqui!'

'Não!' e o homem pulou da varanda, caiu apenas um andar, e não sofreu nenhum ferimento grave. Saiu correndo entre os monstros e pulou em cima de uma moto que estava abandonada com a chave

'Morram todos filhos d'uma mãe!' e saiu em disparada, atropelando boa parte dos zumbis que estavam na sua frente.

'Gordo maluco!' gritou ele, abraçado a ela.

O homem correu por mais cem metros na moto e olhou pra trás, não viu o zumbi enorme que estava na sua frente... Era um rapaz negro e parecia pesar mais de 200 quilos, sua blusa estava rasgada e suas calças apertadas demais pra o corpo, parecia estar inchando.

Em questão de segundos desviou e derrapou com a moto pro lado, ralando os braços no chão, alguns mortos o viram e seguiram pra onde ele havia caído.

'Que merda é essa?'

O morto enorme se aproximou e parecia estar maior. Os olhos do homem se encheram de lágrimas de arrependimento. Olhou para a varanda ao longe.

'Merda.'

Explodiu.

O zumbi explodiu e arremessou fezes e carne para todos os lados. O homem estava tão próximo e foi jogado com tanta foça que teve seu corpo dividido ao meio.

O outros mortos logo se aproximaram e começaram a devorá-lo. O som da explosão chamou a atenção dos mortos que estava embaixo da varanda.

'Aquele gordo miserável, morreu por nada!' disse o rapaz moreno.

'Acho que não.' disse ela apontando para um carro próximo 'algum de vocês dois sabe fazer aquele negócio de ligação direta?'

'Eu sei' disse ele, os outros dois olharam abismados 'que foi? Meu pai era mecânico...'

Quando os monstros estavam suficientemente longe, os três pularam. O rapaz moreno pulou primeiro, como era mais alto e aparentava ter um físico mais desenvolvido não teve problemas. Foi silencioso o bastante pra não chamar atenção.

Quando os dois pularam, o rapaz segurou nos braços ele e ela, pois eram pequenos e leves.

'Vamos guri, acelera.'

Logo estavam do lado do carro, não foi difícil abrí-lo. Deram uma olhada no carro e acharam uma chave reserva no porta-luvas.

'Mais fácil que a ligação direta.'

Vasculharam o banco traseiro e o porta malas rápido, nenhum sinal dos mortos. Aceleraram e atropelaram alguns mosntros, em poucos minutos estavam fora da cidade.

'Lembra onde é o acampamento da gente guri?'

'Lembro, lembro...' e olhou pra ela, que retribuiu o olhar com um sorriso.

'Então vamos pra lá, minha esposa está me esperando' disse o

rapaz moreno sorrindo 'e lembra do que falavam de você garoto?'

'Hmm... Lembro...'

'Você não e aquilo. Você não é um covarde.'

(Allan Wagner, 09:35 - 10:11, 04/01/2011)

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