sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Verdes.

Eram verdes e tentadores,
eram únicos e intensos,
eram seus, em todos os momentos.

Foram a guarda, o momento, o escudo,
foram a alma, o corpo, eram tudo,
foram seus, eram seu mundo.

Mas não estão mais aqui, deixaram-te no porvir,
eram verdes, e fizeram os teus fechar,
eram teus, e fizeram os teus chorar.

Então fecha-os, esquece tuas cores,
abre os teus, desperta dos rancores,
das dores, das fantasias que agora são pó.
Mas sempre sabendo que outros olhos não te deixam só.

Não te peço para olhar pro lados,
não é hora de procurar novos olhares,
sejam verdes, azuis, dourados,
não, é hora de calma.

Vem aí a calmaria, pois a tempestade passou,
os marujos do antigo barco agora precisam de seu capitão,
o capitão que estava envolto e inebriado pela luz verde.
Acorda, tem um mar inteiro na tua frente.

A luz verde já passou, aquela que agora te postergou,
As mãos que te tocaram, o corpo que foi teu,
os suspiro de falsa decepção, a voz que te agrediu.

Siga.

Em frente e sempre adiante deve seguir teu barco,
quantos portos ainda há de atracar?
Quantos ainda irão te naufragar?
Ou quem sabe naquela ilha deserta, tão próxima,
possas aportar, e lá, nunca mais irás deixar...

(Allan Wagner, 21:00 – 21:18, 18/11/2011)

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