terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dois Mil.

Deixa a Lua aspirar o que ainda resta de mim,
deixa, apenas deixa levar.

Quando cheia me altera, me arranha, me machuca,
então deixa ela machucar, deixa matar.

Nada quero sentir, por hoje, amanhã, seja o quanto for,
não quero sentir, não quero saber.

Só sinto a impotência de nada ser capaz de fazer,
a fúria silenciosa da decepção,
e o momento frio da solidão.

Deixa ser como está,
deixa passar,
não consigo ver meu passado como futuro,
não acho meu futuro em meu passado,
não agora, quem sabe quando...

Deixa,
deixa correr o tempo,
deixa,
estes dois mil quilômetros decidirem,
deixa,
seja ela morena, loura, fogo.

Deixa,
deixa ser quem for, deixa ela me procurar,
pois no meu momento, eu me abandono,
eu me abandono e espero ela vir até aqui,
deixo ela vir me buscar.

(Allan Wagner, 00:13 - 00:20, 11/10/2011)

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