quarta-feira, 18 de junho de 2014

Luz e Breu.

No final, a luz não vive sem a escuridão,
e a escuridão sequer existe sem a luz.

E dentro de mim, ambos parecem estar querendo prevalecer.

Porém, a escuridão da dor, do negativismo sempre me acha,
me acha numa noite sozinho, num pensamento perdido,
numa reflexão do trabalho ou simplesmente no abrir dos olhos.

É uma batalha diária equilibrar tanta energia conflitante,
é uma guerra constante aceitar que o passado é passado.

É tão mais fácil se entregar, é sempre tão mais fácil viver no esquecimento,
é tão mais difícil levantar e não entender o motivo disso,
pra quê trabalhar?
Pra quê acordar?

Se no final seremos poeira.
Nomes esquecidos, rostos apagados, amores nunca mais lembrados.
E se formos lembrados, por quem seremos?
Cada um de nós é apenas um grão num incomensuravelmente infinito universo,
não completamos e nem mudamos nada, então... pra que?

Talvez o trabalho não te engrandeça, mas te faz viver.
As famílias sejam apenas linhagens sem sentido, mas que te fazem sorrir.
E os amores, bem, os amores nada são. Apenas sentimentos sem sentido, sem caminho, sem razão.

Mas os amores, sejam eles quais forem, são o que te fazem trabalhar,
que te fazem querer seguir em frente e lutar por algo melhor,
os amores constroem as famílias, grandes famílias, boas ou más.

No final são os amores,
por filhos, mães e pais,
amantes, enamorados, casados,
e o amor próprio.

Amor próprio.
Tão mais difícil.
Tão mais sacrificável.
Enquanto não houver, nada fará sentido.

No final, ele que divide a luz e a escuridão.
E no final, a luz não vive sem a escuridão,
e a escuridão sequer existe sem a luz.

(Allan Wagner, 01:46 - 02:04, 19/06/2014)

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