terça-feira, 9 de outubro de 2012

Gran


Devolva minhas rodas e meus motores,
Devolva os espíritos que habitaram meus capôs,
os cavalos que rasgam o asfalto,
os motores que urram, implorando liberdade,
devolva-me!
Devolva-me o amarelo Bumblebee, o laranja daytona,
o negro, o vermelho, a prata alemã...
traga as chaves que tilintavam o som das almas,
me permita fazer os espíritos renascerem...
Minhas orações afundaram o acelerador,
que poupe os freios a disco,
me deixe arrancar o freio de mão,
pra trazer de volta a vida,
aqueles velhos, e novos, espíritos que se afastaram de mim.

Deixe que eu viva a cem, duzentos ou trezentos por hora.
Quilometros ou milhas, apenas me deixe viver.

Pois não haverá asfalto que eu não possa atravessar,
lama, sujeira, neve ou chuva que sejam capazes de me parar,
nem borracha de pneu que eu não possa queimar,
vou, ao lado dos meus cavalos de potência,
seguir pela estrada pro inferno,
ou as trilhas do paraíso.

Deixe-me viver.
Deixe-me acelerar.
Deixe-me viver. Livre.

(Allan Wagner, 00:43 - 00:52, 10/10/2012)

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