quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Cinza e fagulha.

Eu pareço não conseguir mais me entender com as palavras, com o desenho, com a pintura.
Tudo parece sem sentido e sem razão, se não me dá retorno, não tem motivo.
Eu me sinto sozinho, mas sou orgulhoso demais pra pedir ajuda, pra voltar atrás em qualquer decisão.
Eu não sei mais o que é o Sol, tenho medo de sair de casa, tenho medo de olhar pela janela.
Não sou eu, mas sou eu. O que sobrou de mim, brasa, cinza, resto, fagulha, migalha.
Não me encontro em trabalhos, escritórios, estúdios, pele, tinta, quadros.
Nem sei com me entender com outro ser humano, pareço estar em outro mundo.
O toque, o carinho, a carícia, o amor, o chamego.

Não sobrou nada? Não me resta nada?

Não sei quem eu sou. Não gosto de quem eu sou. Não gosto do que eu sou.

Eu sumi dentro de mim. e não sei como sair.

(Allan Chaves, 00:53, 06/12/2024)

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