terça-feira, 12 de junho de 2012

Doze e meia.


O amor nunca é censurado,
não se pode censurar,
não se tem um limite ou medida,
não cabe num copo, num corpo.
O amor não acaba.
Se aconteceu uma vez,
não importa quanto tempo se passe longe, não se apaga.
Ele fica guardado em algum lugar do tempo,
em algum espaço perdido por aí.
Mas não acaba.
Dá um tempo, procura se encontrar em outras pessoas,
outros corpos, outras bocas, mas não termina.
O amor é uma velha sinfonia,
dura anos e anos, e nunca ninguém consegue fazer uma igual,
cada história, cada música, cada momento,
é único desigual, amargo, doce, azedo.
É o que deve ser, dura o tempo que deve durar,
e amor por amor, dura pra sempre.
Se perde no meio do caminho, se desencontra,
parece até que não se sente, mas ele está lá.
Ele não morre, ele não se esconde,
ele sofre em algum lugar, mas está lá,
sofrendo no cantinho de parede.
Mas ele está lá, sempre esteve, sempre estará.

Só deve haver o respeito pra entender esse amor,
deve se dar tempo pra entender esse amor ciumento,
o amor que já sofreu e que não confia,
o mesmo que pensa que nada mas vale a pena,
e que não há ninguém que possa guardá-lo em lugar seguro.

Deixe ele andar sozinho,
pra que, quem sabe, ele tenha coragem de andar,
ao lado de um verdadeiro amor.

(Allan Wagner, 03:22 - 03:51, 12/06/2012)

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