segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Não.

 Não tem mais luz.

Não ouço mais nenhum passo.

Tudo está vazio, escuro.

Desculpe, eu não aguento mais.


Allan Chaves, 22:30, 10/11/2025

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Cinza e fagulha.

Eu pareço não conseguir mais me entender com as palavras, com o desenho, com a pintura.
Tudo parece sem sentido e sem razão, se não me dá retorno, não tem motivo.
Eu me sinto sozinho, mas sou orgulhoso demais pra pedir ajuda, pra voltar atrás em qualquer decisão.
Eu não sei mais o que é o Sol, tenho medo de sair de casa, tenho medo de olhar pela janela.
Não sou eu, mas sou eu. O que sobrou de mim, brasa, cinza, resto, fagulha, migalha.
Não me encontro em trabalhos, escritórios, estúdios, pele, tinta, quadros.
Nem sei com me entender com outro ser humano, pareço estar em outro mundo.
O toque, o carinho, a carícia, o amor, o chamego.

Não sobrou nada? Não me resta nada?

Não sei quem eu sou. Não gosto de quem eu sou. Não gosto do que eu sou.

Eu sumi dentro de mim. e não sei como sair.

(Allan Chaves, 00:53, 06/12/2024)

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Um Conto de Quarentena

Com fome fui a padaria ontem pela manhã, para poder comprar meu croissant/

E quando lá cheguei, o bate boca acontecia, de alguém que havia pulado o treino de perna naquele dia/

Um bombadão de perna fina gritava, berrava que ali entraria sem máscara/

Em meio aos gritos da pequena multidão, que só queria em silêncio comprar pão/

Entao numa ato heróico uma granada foi lançada, uma bomba de Bem-Te-Vi havia sido estourada/

Em meio a fumaça azul de esperança, o bombadão chorava feito criança/

Parecia ter sido atingido por uma bala, mas era so sabão em pó vindo do meio da sala/

Uma senhora grita “bota logo a porra da máscara arrombado, o que deixou o pula treino irritado/

Que num surto pos a máscara, esperando que deixassemos agredir a pequena senhora, mas o pequeno segurança, a pontapés, o expulsou na hora/

Aos berros de “nunca mais volto aqui”, a esperança voltou a sorrir/

E como num passe de mágica que ninguém viu, a velhinha pagou, e sumiu/

E nunca mais ninguém a viu. Sério, ela nunca tinha ido aquela padaria, aparentemente, foi só pra tacar a granada de alegria.


(Allan Chaves, 09:17, 04/06/2021)



quinta-feira, 2 de julho de 2020

Sozinho talvez

Talvez do pouco que eu ainda entenda.
Desse pouco talvez eu não mereça.
Me reprimo e me recuso a tentativa.
Prefiro o risco da solitude.
Me arrisco a não arrsicar.

Sozinho talvez as coisas sigam a meu favor.
Sozinho talvez.

(Allan Chaves, 11:05, 02/07/2020